Autonomia na educação: projeto autoral ajuda escolas a engajar alunos
Os pesquisadores Jal Mehta e Sarah Fine, da Universidade de Harvard e da High Graduate School of Education, respectivamente, se depararam com uma informação importante ao realizarem uma pesquisa com alunos do ensino médio. Para a maior parte dos estudantes, a insatisfação e o tédio estão presentes frequentemente.
No entanto, entre aqueles que se apresentavam como engajados e motivados, havia algo em comum: a participação em projetos criativos desenvolvidos em suas instituições de ensino.
Como manter estudantes motivados?
No Brasil, algumas escolas já têm aplicado uma metodologia para engajar alunos a partir de projetos autorais. A ideia central é oferecer mais autonomia para que cada estudante possa descobrir e experimentar suas próprias inclinações, o que pode se refletir também em suas decisões para a carreira que desejam seguir.
Nos métodos mais tradicionais de ensino, em que existe uma relação vertical entre professores e alunos, como evidenciou a pesquisa de Mehta e Fine, os alunos se mantêm mais afastados dos processos e, consequentemente, se envolvem menos.
O que é um projeto autoral?
Podem ser considerados projetos autorais desde a criação de uma pintura sobre tela até o desenvolvimento de um robô. Ou, seja, o projeto autoral é um projeto desenvolvido a partir das intenções do próprio aluno, através de seu percurso pela educação.
Isso faz com que o estudante esteja envolvido de alguma forma em todas as fases do processo de criação e execução, investigando e respondendo questões, desafios e problemas que possam aparecer.
Saiba mais sobre o Maker com projeto autoral para uma aprendizagem significativa
Little Maker: levando uma nova metodologia às escolas
Para Diego Thuler, fundador da Little Maker — que implementa essa metodologia em escolas — o conceito dos projetos autorais, além de oferecer mais autonomia, permite abordagens transdisciplinares, estimulando ainda o uso de diferentes ferramentas e conhecimentos.
“O processo permeia caminhos e alavanca conexões nem sempre previsíveis, colocando o aluno como alguém ativo em relação à aprendizagem”, diz.
A indecisão sobre qual carreira seguir, um problema que atinge 60% dos jovens que estão concluindo o ensino médio no país, de acordo com dados da Cedaspy Professional School (CPS), pode ser resolvida de maneira muito mais simples quando os estudantes já desempenham atividades de criação e pesquisa.
Os trabalhos autorais criam nos jovens uma noção melhor de autoconhecimento, uma vez que eles “aprendem fazendo” o que gostam ou o que não gostam.
Saiba como ter uma Little Maker na sua escola.