Espaço Maker: compreenda a origem e como aplicar em sua escola

Atualmente, muito se ouve falar sobre o espaço maker dentro de instituições de ensino.

Por se tratar de um tema  que vem ganhando cada vez mais relevância, muitos profissionais da educação se sentem cada vez mais curiosos para entender como ocorre o processo de aula no Espaço Maker e quais são as contribuições trazidas por ele.

Na maioria das vezes, um dos primeiros pensamentos que se tem quando se ouve sobre espaço maker é o uso da tecnologia, mesmo quando pouco se sabe do tema.

E realmente há diversos equipamentos eletrônicos neste espaço. A tecnologia e a imaginação dos alunos, quando juntas, são capazes de construir mundos de possibilidades infinitas e dar vida a ideias incríveis, além de expandir e fortalecer o conhecimento que se tem

Além disso, no espaço maker os alunos desfrutarão de muitos outros materiais para se expressarem e aprenderem de maneiras diversificadas e com grande significado. 

Neste artigo, abordaremos os seguintes aspectos acerca do Espaço Maker:

  • O que é um Espaço Maker?;
  • Entendendo o Movimento Maker;
  • Manifesto Maker;
  • A diferença entre os Laboratórios de Informática e os Espaços Maker;
  • Mas o que é preciso para criar um Espaço Maker?;
  • Qual é a idade ideal para utilizar a Sala Maker?;
  • A influência do Espaço Maker na Educação, como isso funciona?;
  • Espaço Maker: uma possibilidade real de reinvenção do contexto escolar.

 

O que é um Espaço Maker?

Os Espaços Maker são ambientes de trabalho colaborativo dentro de instalações públicas ou privadas, instituições de ensino e empresas, onde os indivíduos aprendem, fazem e exploram ferramentas e possibilidades de maneira compartilhada.

Na visão da Little Maker, o Espaço Maker é o lugar onde o imaginário ganha vida e as criações são transportadas para o mundo físico. Neste ambiente, toda criação se torna possível e todo ser humano é o protagonista de suas próprias ideias. 

Neste espaço planejado dentro de salas disponíveis nas instituições de ensino, os alunos são incentivados a expressar sua criatividade, trazendo seus referenciais emocionais para criar seus projetos com o uso de tecnologias, objetos recicláveis e outros materiais que atendam as necessidades de seus criadores.

Aqui os estudantes se sentem livres para errar, uma vez que os erros fazem parte do processo de aprendizado e traz a oportunidade de alcançar o resultado pretendido.

Ademais, os Espaços Maker são vistos como uma expressão de linguagem, a qual contribui muito para a comunicação entre os alunos e suas criações, trazendo uma intencionalidade que auxilia na dinâmica e na proposta pedagógica planejada pela Little Maker. 

Entendendo o Movimento Maker

O Movimento Maker começou a ser adotado no início do século XX em escala global. No entanto, teve seu destaque no período pós Segunda Guerra Mundial, a qual os países europeus estavam devastados. Estes países precisavam de uma rápida recuperação, mas a alta recessão econômica impedia que isso acontecesse.

Algumas pessoas descontentes com aquela situação resolveram retomar suas vidas de onde haviam parado, consertando o que tinha chance e criando aquilo que havia se perdido. Utilizando da proposta filosófica do “Faça Você Mesmo” (“Do It Yourself” – DIY) e “Mão na Massa”, casas, cidades e países foram reerguidos.

No ambiente da educação escolar, sua entrada ocorreu graças a popularização do mundo digital e da redução dos preços dos equipamentos eletrônicos. Os conceitos oriundos do início do século passado estão presentes dentro das instituições de ensino no Brasil e no mundo.

O objetivo do Movimento Maker é que as pessoas deixem de ser apenas compradoras de produtos prontos e passem a ser autoras de seus bens e objetos usados no dia a dia.

Manifesto Maker

É baseado neste contexto que surge o Manifesto do Movimento Maker: Regras para Inovação no Novo Mundo dos Artesãos, Hackers e Reformadores (“The Maker Movement Manifesto: Rules for Innovation in the New World of Crafters, Hackers, and Tinkerers”), do escritor Mark Hatch, abordando as funcionalidades e os benefícios trazidos pelas práticas maker.

Parte de um espaço maker

A seguir trazemos os 10 itens que compõem o Manifesto Maker:

  1. Fazer: é algo que está diretamente ligado ao ser humano e faz parte de sua história. É sobre expressar seu singular e externalizá-lo ao mundo;
  2. Compartilhar: falar com outras pessoas sobre o que foi feito e o que se aprendeu com isso demonstra entendimento e traz satisfação ao criador. Então, por que não compartilhar?;
  3. Presentear: poucas são as coisas que possuem tanto um significado emocional como presentear uma pessoa com algo feito por você mesmo. Presentes assim carregam um pouco do seu criador e existirá para sempre com outro alguém;
  4. Aprender: deve-se aprender para fazer as melhores criações, mesmo quando já se sabe muito. O aprendizado é um processo contínuo e vivo.
  5. Brinque: se divertir ao longo do projeto o tornará ainda mais leve e gostoso de se fazer. Você se orgulhará disso quando olhar para trás!
  6. Participe: juntar-se ao Movimento Maker e vivenciar todos os conceitos na prática enriquece a vida e amplia os horizontes. É cercar-se de muito conhecimento e trocas;
  7. Mudança: aceite as mudanças que ocorrerão ao longo do percurso, porque elas fazem parte do processo. Estar ciente disso tornará esse fazedor mais hábil para passar pelas adversidades;
  8. Apoio: É necessário apoio emocional, intelectual, financeiro, político e institucional para que todo projeto maker aconteça;
  9. Permita-se errar: o ato de errar é fundamental para o processo de aprendizado. Faz com que o ser humano examine seus passos e aprenda com eles. Por isso, não tenha medo de errar.
  10. Equipe-se: para criar projetos diversificados e ricos em detalhes é preciso ferramentas adequadas, sendo baratas, acessíveis e fáceis de usar. Por isso, investir e desenvolver o acesso a essas ferramentas é fundamental.

A diferença entre os laboratórios de informática e os Espaços Maker.

Entende-se como laboratório de informática um lugar equipado com muitos computadores com acesso à internet. É usado para pesquisa e elaboração de trabalhos. Todo esse processo ocorre na esfera digital.

Já os Espaços Maker não se prendem somente às máquinas para que os alunos criem seus projetos. A infinidade de materiais e maneiras em que estes estudantes podem escolher para seguir vai ao encontro de sua imaginação, não limitando-os a um ou outro item.

Os Espaços Maker são compostos tanto de itens digitais quanto físicos, tudo planejado para tornar a experiência ainda mais proveitosa e enriquecedora.

Hoje, muitas instituições educacionais compreendem essas diferenças e escolhem pelos Espaços Maker, visando a alcançabilidade e diversidade de competências, habilidades e conhecimentos que são trabalhados em aula com os alunos, desenvolvendo-os para o mundo e as necessidades atuais.

Mas o que é preciso para criar um Espaço Maker?

Para criar um Espaço Maker bem equipado, é importante atender às necessidades do público-alvo e oferecer uma diversidade de materiais e ferramentas. Além dos materiais tradicionais de marcenaria, eletrônica e sucata, é possível incluir:Bancada em uma oficina maker

  • Canetas 3D;
  • Impressoras 3D;
  • Máquinas de costura;
  • Micro retíficas;
  • Cortadoras a laser;
  • Módulos eletrônicos;
  • Elementos com luz e som;
  • Materiais de papelaria;
  • Peças de tecido.

A dinâmica e a metodologia também são essenciais para garantir que o espaço seja utilizado de maneira produtiva e criativa.

Qual é a idade ideal para utilizar a Sala Maker?

Devido aos conceitos do Movimento Maker, como o Mão Na Massa e o Faça Você Mesmo, alguns responsáveis pelos alunos se questionam qual seria a idade ideal para que estes utilizem a Sala Maker. Alguns acham que as crianças ainda não estão preparadas para desenvolver suas próprias criações na educação infantil.

Entretanto, apesar de serem pequenas, as crianças são dotadas de muita imaginação e criatividade – combustíveis necessários para a criação de projetos. Além disso, elas aprendem sobre o mundo e tudo o que existe nele de maneira lúdica, divertida e fluída.

Pensando nisso, a metodologia oferecida pela Little Maker abrange a Educação Infantil (G3, G4 e G5), Ensino Fundamental I (do 1° ao 5° ano), Ensino Fundamental II (do 6° ao 9° ano) e Ensino-Médio (1° ao 3°), mostrando que cada faixa etária traz especificidades de habilidade e desenvolvimento que são levados em consideração em consonância com a BNCC.

A influência do Espaço Maker na educação, como isso funciona?

O Espaço Maker deve ser um lugar onde os estudantes se sintam acolhidos e estimulados. Para onde quer que eles olhem, encontram milhares de oportunidades para criarem seus projetos. Estão cercados por materiais e pessoas, ambos despertando curiosidade. E, neste contexto, a teoria de que o homem é o produto do seu meio, do filósofo Émile Durkheim, se aplica perfeitamente.

Sendo o Espaço Maker voltado à chuva de ideias e a criação, os alunos são constantemente provocados a pensarem sobre temas relevantes do mundo. Ao longo do caminho surgem as adversidades, que fazem com que o estudante precise refletir maneiras de superar a dificuldade encontrada.

Nesse momento, todo o conhecimento prévio e as trocas feitas com outros estudantes são necessárias para atingir o objetivo pretendido. Além disso, este espaço permite trabalhar com a metodologia PBL (aprendizagem baseada em projeto), onde os alunos constroem seus aprendizados enquanto criam e desenvolvem seus projetos.

O processo, nascido em sala de aula, é tão grandioso e contagiante que ultrapassa as paredes do ambiente escolar e passa a estar presente no dia a dia desses alunos. Assim, as características do Espaço maker – materiais, trocas, estímulos, se complementam no processo educacional.

Espaço Maker: uma possibilidade real de reinvenção do contexto escolar

O modelo da educação ensinada nas escolas não sofreu muitas alterações desde seu início. O aluno, por muitos anos, foi visto como aquele que recebe instrução, e o professor, por outro lado, aquele que ensina. No entanto, estudos atuais dizem que o processo do aprendizado deve ser mais dinâmico e singularizado, indo ao encontro com a forma que cada aluno desenvolve competências e habilidades.

Projeto construído com materiais reciclados por uma criança em uma sala makerAo saber dessas diferentes percepções, o Espaço Maker atrelado a uma boa prática pedagógica, proporciona o dinamismo nas criações e deve trazer à tona o conhecimento da individualidade de cada estudante de acordo com seus repertórios de mundo e referenciais emocionais.

Assim, o que já se aprendeu pode ser colocado em movimento e novos conceitos são introduzidos. Tudo isso ocorrendo de maneira prática.

É justamente por isso que a Little Maker traz em sua proposta o enfoque na área pedagógica, pensando nas dinâmicas e no processo de aprendizado dos alunos.

Não obstante, trabalha as 10 Competências Gerais da BNCC e reforça tanto o letramento digital como também uma ampliação do repertório e uma postura mais ativa dos alunos perante as tecnologias.

Em resumo, o Espaço Maker pode contribuir no desenvolvimento de aptidões importantes para toda a vida do estudante.

Entretanto, estes espaços só conseguem exercer sua potência máxima quando há o auxílio de uma metodologia pedagógica para orientar essa prática na transformação de aprendizados.

Referências

https://ala-choice.libguides.com/c.php?g=912604&p=6573864

Entenda o que é o Movimento Maker e como ele chegou à educação

Industrial Revolution 4.0: What You Need to Know About the Maker Movement

Os nossos espaços são projetados para que as mesas e banquetas fiquem ao centro da sala, mostrando que o foco são os estudantes, o que é destacado pelas luminárias de teto acima de suas cabeças. As bancadas com os materiais eletrônicos e os insumos de papelaria são alocados na parte periférica da sala, local a qual fica de fácil acesso, mas não tiram o foco do que é o mais importante ali – as ideias e criações dos alunos.

 

Educação Bilíngue e Metodologia Maker: Saiba como integrá-las

Educação Bilíngue e Metodologia Maker: Saiba como integrá-las

Há muito se fala no aprendizado de um segundo idioma no Brasil. Mas não faz tanto tempo assim que a Educação Bilíngue tem se destacado como uma forma muito eficaz de aprendizado, principalmente em função dos benefícios que vão além da aquisição de uma segunda língua.

Dentre os principais cenários, temos um mercado de trabalho que não vê mais a segunda língua como um diferencial. A aquisição de uma segunda língua passou a um lugar comum, sendo até o mínimo exigido para boa parte das vagas de profissionais do mercado. 

Outro caso é o aumento da oferta e da valorização das propostas bilíngues nas escolas. Mostrando como as crianças aprendem mais facilmente um segundo idioma sendo expostas desde cedo a ele. 

Em consequência, o domínio de um idioma estrangeiro, bem como os benefícios trazidos por ele ao indivíduo, trouxe um crescimento na busca dos pais por uma Educação Bilíngue de qualidade. Deste modo, as escolas têm buscado novas propostas, principalmente as que trouxessem novas experiências para os estudantes, como o caso de Metodologias Maker.

O que é educação bilíngue?

A Educação Bilíngue não possui uma definição concreta, e divide a opinião dos mais diversos linguistas e especialistas no assunto. Mas pode-se dizer que se dá pelo uso da língua materna e oficial do país, e de um idioma estrangeiro, em que o idioma  estrangeiro é integrado às outras matérias (como artes, matemática, história, etc) desenvolvendo-nas. Portanto, não se trata do ensino direto de um novo idioma, como se é estabelecido em um curso de idiomas, mas enquanto instrumento de desenvolvimento de conhecimentos diversos.

Cabe aqui também diferenciar o caso de escolas internacionais nas quais a proposta de uma educação bilíngue é diferente. O ponto principal, neste caso, é que as escolas internacionais utilizam um currículo estrangeiro, ou um currículo duplo (estrangeiro e nacional), além de estabelecer a língua estrangeira como oficial. Esse currículo traz conteúdos específicos do país em questão, como a sua história, geografia, além de disciplinas específicas, como por exemplo psicologia e planejamento de carreira, seguindo padrões e rotinas bem próximas às de instituições do exterior.

Nas propostas bilíngues o currículo seguido é o mesmo das demais escolas nacionais, seguindo as diretrizes do Ministério da Educação e utilizando uma língua estrangeira para as instruções e para os materiais pedagógicos, mas sem deixar de lado, ou restringir, o uso da língua materna aos estudantes. A predominância da segunda língua varia de acordo com a proposta bilíngue.

Para além do idioma, o bilinguismo, assim como as escolas internacionais, também traz a cultura de um país estrangeiro para o cotidiano da escola, onde os alunos passam a ter contato e absorver o idioma e a cultura de outro país em um ambiente imersivo. 

Quais os benefícios de uma Educação Bilíngue?

Estar envolvido em um ambiente de aprendizagem bilíngue desde cedo tem se mostrado muito eficaz em vários aspectos. Com o aluno aprendendo ativamente, em pares e sendo exposto a um ambiente favorável à aquisição de uma língua, o impacto de uma Educação Bilíngue se torna multidimensional, ou seja, permite abranger múltiplos aspectos da formação do indivíduo. 

Ao promover essas experiências, não se trata de dominar uma segunda língua, mas sim de aprender a pensar em dois idiomas de forma natural. Ao promover essas experiências de aprendizagem, a resposta dos estudantes acaba sendo muito mais ampla, propiciando o desenvolvimento de habilidades linguísticas, estimulando a criatividade e as funções cognitivas.

Qual o diferencial do Maker em conjunto com a Educação Bilíngue?

A Educação Maker contribui para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais e cognitivas, como a empatia, a confiança, a responsabilidade, a autonomia, a reflexão, a articulação de conhecimentos, a experimentação e a criatividade.

Desta forma, o Maker incentiva os estudantes a serem ativos e a trazerem seus interesses. Assim, dedicam-se mais ao objeto de estudo, criando responsabilidade em relação ao seu aprendizado e ao se verem empoderados, eles desenvolvem autoconfiança. 

Tanto esta autoconfiança como a responsabilidade, a dedicação e a articulação de conhecimentos se somam dentro das propostas de Educação Bilíngue, potencializando o processo de aquisição da segunda língua.

Como a Little Maker trabalha integrada com a Educação Bilíngue?

Dentro da nossa metodologia,  trazemos vários elementos que levam os estudantes a uma imersão na segunda língua. Como disponibilizamos nossos programas em inglês, os professores têm acesso ao seu conteúdo, se preparando para como trabalhar durante as aulas levando uma aprendizagem significativa para os estudantes. O significativo vêm dos projetos autorais com o vínculo emocional afetivo dos estudantes com o projeto desenvolvido, partindo sempre do interesse dele. Isto se torna um facilitador para o processo de aprendizagem, além dos elementos presentes nas estruturas dos Programas da Little Maker.  

Dentre os elementos, destacamos abaixo três deles e como contribuem para potencializar a proposta de educação bilíngue das escolas.

Os Micromundos, que são a base dos nossos programas, desenvolvidos e pensados para cada faixa etária. Eles apresentam e envolvem os estudantes no local que será explorado e problematizado. A apresentação desse ambiente é feita toda em inglês, permitindo o exercício da escuta e interpretação, além de envolver os estudantes estimulando sua participação com ideias do seu repertório de ideias e, consequentemente, havendo uma troca entre eles com novos vocábulos.

Aprender fazendo

Ao longo desses Micromundos, os estudantes vivenciam o trabalho em equipe, além de momentos de compartilhamento do projeto com toda a turma. Desta maneira vivenciam a troca de ideias, técnicas, ferramentas e materiais, se expressando e articulando na segunda língua, ampliando o vocabulário, além de exercitar o ouvir, o falar e interagir na segunda língua, dentro de um momento rico.

O uso dos Materiais de Apoio ao longo dos projetos ajuda no desenvolvimento da escrita e da leitura, em que os alunos planejam, criam anotações e registros em inglês durante todo o processo de criação. Além do uso de Cards, fichas e sinalizações pelo espaço, ambientando os alunos no espaço já com a segunda língua.

Ajudando a  viabilizar todas essas experiências há o uso da Plataforma Significa, em que os estudantes registram todo o processo de desenvolvimento do projeto. A Plataforma está totalmente traduzida para o inglês, e os alunos se orientam por ela para registrar o processo por meio de fotos, gravações de voz e vídeos. 

Estes registros geram um portfólio digital das equipes, onde os professores, gestores e pais poderão acessar para acompanhar o desenvolvimento do estudante tanto na língua materna quanto na segunda língua, além dos indicadores gerados com base nas 10 competências gerais da BNCC e nas áreas de conhecimentos desenvolvidas.

Referências Bibliográficas

Como surgiu a Educação Maker no Brasil?

https://noticias.universia.com.br/educacao/noticia/2019/06/06/1164944/educacao-bilingue-brasil.html

JUCÁ, Ricardo W.. O ensino de inglês no ensino secundário brasileiro 1930-1945: novas metodologias. ANAIS do IX seminário Pedagogia em Debate, v. 01, p. 01-12, 2009.

MELLO, H. A. B.. Educação bilíngue: uma breve discussão. Horizontes (UnB), v. 9, p. 118-140, 2010.

MELLO, H. A. B.. A relação L1-L2 em um contexto escolar bilíngüe. Sínteses (UNICAMP. Online), Campinas – SP, v. 8, p. 231-243, 2004.

MELLO, H. A. B.. O Falar Bilíngüe. 1. ed. Goiânia: Editora UFG/CEGRAF, 1999. v. 1. 178p

OFELIA, Garcia. Bilingual Education in the 21st Century: A Global Perspective

MARK HATCH. The Maker Movement Manifesto: Rules for Innovation in the New World of Crafters, Hackers, and Tinkerers

Competências da BNCC e o Maker: Entenda a relação entre eles

Você sabia que existe uma relação entre as Competências da BNCC e o Maker?
Entenda agora a relação neste artigo.

Muito tem sido falado sobre as competências da BNCC, sobre as mudanças que ela traz para a educação de uma maneira geral, e da adaptação que as escolas fizeram, ou estão fazendo, para se adequar. Mas o que são as competências da BNCC? Quais são essas competências gerais? E outro ponto: Quais as relações do Maker com as competências? Como podemos usá-lo a favor da escola e da sua adaptação?

Para começarmos precisamos entender alguns pontos iniciais e básicos, como:

O que é a BNCC e qual a mudança para a educação brasileira?

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo, ou seja, que tem o intuito de estabelecer normas e diretrizes. A Base define um conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas da Educação Básica, tendo assegurado seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento de acordo com o Plano Nacional de Educação.

O documento traz uma grande mudança, em que as escolas devem assegurar aos estudantes uma formação humana integral (Educação Integral). Visando a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva (como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica).

Isso acarreta numa mudança no papel da escola, em que ela deixa de se preocupar só com o currículo e os conteúdos, mas passa também a se preocupar em assegurar o desenvolvimento de competências ao longo da jornada dos estudantes pela Educação Básica. 

Educação Integral não é o mesmo que Educação em Período Integral

É normal que haja essa confusão em um primeiro momento, mas são conceitos completamente diferentes. Ao falar em Educação Integral deve-se pensar no valor qualitativo da educação, na formação plena dos estudantes. Pensar em torná-los autônomos, capazes de realizar escolhas e desenvolver o seu projeto de vida.

A Constituição Federal brasileira reconhece a educação como direito fundamental compartilhado entre Estado, família e sociedade. Sendo assim, as famílias e o Estado têm o dever de educar suas crianças, jovens e adolescentes, promovendo e incentivando-os com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (Artigo 205 da Constituição Federal de 1988).

Partindo da informação acima, fica uma reflexão: prepara-se cidadãos qualificados, éticos, e humanos apenas com conteúdos? Com algumas pesquisas vemos que há muito além, sendo assim, é fundamental que as escolas contemplem a multidimensionalidade dos sujeitos, garantindo não só o desenvolvimento intelectual, mas também o social, emocional, físico e cultural.

Para essa formação do indivíduo, foram  definidas as competências da BNCC, sendo ao total dez competências gerais que devem ser asseguradas aos estudantes, e que se unem para compor os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.

Mas o que são as Competências da BNCC?

No capítulo introdutório da Base, competência é definida como

a mobilização de conhecimento (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. (página 6, parágrafo 4)

Com esta definição, a Base reconhece que a educação deve estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a socialmente justa, humana e voltada para a preservação da natureza, se alinhando à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). 

As competências da BNCC se desdobram ao longo das três etapas da Educação Básica, se articulando na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores. Sendo assim, não basta que o estudante tenha determinado conhecimento, mas saiba articulá-lo e colocá-lo em prática, bem como saber enfrentar situações adversas, buscando soluções criativas e construtivas, além de outros exemplos.

Para consultar as competências gerais da BNCC, o site “Porvir” fez um infográfico explicativo de cada uma das dez competências gerais, das quais cito abaixo o título dado pelo Porvir e sua síntese. A versão completa com o infográfico pode ser acessada aqui

1 – Conhecimento: Valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e digital. 

2 – Pensamento científico, crítico e criativo: Exercitar a curiosidade intelectual e utilizar as ciências com criticidade e criatividade.

3 – Repertório cultural: Valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais.

4 – Comunicação: Utilizar diferentes linguagens.

5 – Cultura digital: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de forma crítica, significativa e ética.

6 – Trabalho e projeto de vida: Valorizar e apropriar-se de conhecimentos e experiências.

7 – Argumentação: Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis.

8 – Autoconhecimento e autocuidado: Conhecer-se, compreender-se na diversidade humana e apreciar-se.

9 – Empatia e cooperação: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação.

10 – Responsabilidade e cidadania: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação.  

Em resumo, a Base não propõe um currículo, mas competências e diretrizes comuns, dando abertura para a diversidade de currículos. Esta diversidade se dá, principalmente, pela grande diversidade dentro do território brasileiro, em que cada região poderá trazer elementos regionais incorporados ao currículo, e que estejam próximos à realidade regional dos estudantes. Principalmente se tratando das questões culturais.

Como a Educação Maker se relaciona às competências?

A Educação Maker vem se estabelecendo cada vez mais como uma proposta bem fundada, além de inovadora. Isso tendo em vista que ela tem dialogado com o Construtivismo e, ao longo do crescimento do Movimento Maker, do Construcionismo, que mantêm elementos comuns, como: foco na construção de conhecimento multidisciplinar, partindo da interação do aprendiz com o meio, e seguindo demandas cognitivas próprias para a construção do conhecimento. (Movimento Maker no Brasil)

Baseada nos valores do Movimento Maker, a Educação Maker incentiva e ajuda a sedimentar atitudes fundamentais para o desenvolvimento integral dos indivíduos, além das habilidades socioemocionais e cognitivas, como a empatia, a confiança, e a responsabilidade. Sendo assim, ela traz, por meio das atividades práticas, a vivência dos estudantes para sedimentar essas atitudes e habilidades.

Há também o desenvolvimento das relações interpessoais e da relação do indivíduo consigo mesmo. No ambiente em que ocorrem as propostas de atividade Maker, o estudante está ativo e se torna o protagonista do seu próprio aprendizado, desenvolvendo cada vez mais essa responsabilidade pelo todo: por si, pelos seus colegas, pelos ambiente escolar e seu patrimônio, e pelos seus projetos.

Como a Little Maker contribui com o desenvolvimento das Competências da BNCC?

Através desse panorama sobre a Base e as competências da BNCC, entendemos que ao levarmos o Maker para o ambiente escolar, incentivamos os estudantes  a serem ativos e a trazerem seus interesses ao idealizar e planejar projetos. Deste modo, se dedicam mais ao objeto de estudo, devido ao vínculo emocional afetivo estabelecido.

Ao longo de todo o processo, além de desenvolver as competências, o Programa da Little Maker sensibiliza, mobiliza e conecta os objetos de conhecimento. Tudo que foi vivenciado e desenvolvido pelos estudantes é resgatado e conectado aos objetos de conhecimento, sensibilizando os estudantes ao conectá-los aos projetos autorais, dos quais eles trouxeram seus interesses, se desafiaram e lidaram com diversas emoções ao longo do processo, tornando a aprendizagem significativa.

Os estudantes possuem alguns conhecimentos, mas com a demanda de alguns elementos do seu projeto autoral, é necessário buscar novos conhecimentos, colocando-os em prática para a execução do projeto, buscando soluções criativas ao longo do processo, principalmente para lidar com as situações adversas com que se deparam. 

Deste modo, o indivíduo se vê capaz de realizar transformações, de lidar com adversidades, de encontrar soluções, e passa a se sentir empoderado. Com o tempo, este empoderamento se internaliza, transbordando para diferentes âmbitos da vida do indivíduo, entre eles o ambiente escolar, no qual o estudante passa boa parte do seu dia aprendendo e se desenvolvendo.

Este empoderamento e a responsabilidade possibilitam ações que levam às transformações sociais e culturais, por meio do ambiente de exploração, construção e descoberta que guiam os estudantes ao aprendizado através de uma prática responsável do conhecimento adquirido, bem como o gosto pelo compartilhamento dos conhecimentos e das habilidades adquiridas.

Se você deseja saber mais sobre o Programa da Little Maker para as escolas, acesse aqui e entenda melhor como o nosso programa se integra ao currículo vigente das escolas, transformando o aprender e algo significativo para o aluno e colocando-o como protagonista do seu conhecimento.

 

Referências Bibliográficas:

FREITAS, Jessica A.P.; MACIEL, A. C. de M.. Cultura Maker na escola: aspectos gerais e sua relação com a Taxonomia de Bloom.

PACHECO, José. Inovar é assumir um compromisso ético com a educação.

https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/instituto-ayrton-senna-documento-ocde-traduzido.pdf?utm_source=site&utm_medium=pesquisas-estudos

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/

https://educacaointegral.org.br/conceito/?gclid=CjwKCAjw3-bzBRBhEiwAgnnLCgYsSVUIOAdSzh5HB5CJpqRiTzn_qTrqo-gyJCRw1twlIKP8mkYmQRoCOUAQAvD_BwE

https://porvir.org/entenda-10-competencias-gerais-orientam-base-nacional-comum-curricular/

https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/

https://littlemaker.com.br/como-surgiu-a-educacao-maker-no-brasil/

Itinerários Formativos: tudo o que você precisa saber

Os Itinerários Formativos fazem parte do Novo Ensino Médio e permitem que o aluno escolha dentre diversas possibilidades, quais as disciplinas, projetos e oficinas que mais atendem aos seus interesses, aptidões e projetos de vida.

O Novo Ensino Médio, que foi implementado no início de 2022, tem como proposta tornar o estudante protagonista do próprio processo de aprendizagem. Para cumprir os objetivos, ele tem uma organização curricular mais flexível e novas unidades curriculares. 

Os itinerários formativos fazem parte das diretrizes estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e todas as escolas que possuem Ensino Médio precisam se adequar. Por isso, é fundamental que você entenda e se aprofunde no assunto. 

Veja abaixo quais são os assuntos abordados neste artigo. 

  • O que são os Itinerários Formativos?
  • Áreas do conhecimento dos Itinerários Formativos
  • Eixos Estruturantes dos Itinerários Formativos

Se você quer aprofundar e aprender todos os detalhes sobre os Itinerários Formativos, leia o material que preparamos até o fim. 

O que são os Itinerários Formativos?

Para explicar os Itinerários Formativos, primeiro é importante compreender como está organizado o Novo Ensino Médio

A Lei nº 13.415/2017 modificou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e promoveu mudanças estruturais no Ensino Médio. Agora, o tempo mínimo do estudante na escola aumentou de 800 horas para 1.000 horas anuais e há uma nova organização curricular. 

Essas mudanças visam garantir uma educação de qualidade a todos os jovens brasileiros e  aproximar as escolas da realidade dos alunos, levando em conta as novas demandas e complexidades do mercado de trabalho e da vida em comunidade.

No Novo Ensino Médio, os estudantes têm uma carga horária de 3.000 horas totais, sendo no máximo de 1.800 horas dedicadas para a Formação Geral Básica e no mínimo 1.200 horas para os Itinerários Formativos.

A Formação Geral Básica é a parte do currículo comum a todos os estudantes e possui as competências e habilidades que fazem parte das áreas do conhecimento. Ou seja, é composta pelas seguintes disciplinas:

  • Língua Portuguesa;
  • Matemática;
  • Literatura;
  • Biologia;
  • Física;
  • Química;
  • Inglês;
  • História;
  • Geografia;
  • Sociologia;
  • Filosofia
  • Artes.

Já os Itinerários Formativos são os componentes curriculares ofertados pelas instituições de ensino que possibilitam que o estudante tenha a autonomia e o protagonismo de escolher sobre qual das áreas de conhecimento deseja se aprofundar:

  • Linguagens e suas Tecnologias;
  • Matemática e suas Tecnologias;
  • Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
  • Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

Também é oferecida ao jovem a possibilidade de realizar Itinerários direcionados à Formação Técnica e Profissional (FTP) ou cursar Itinerários Integrados, que combinam diferentes opções, como duas ou mais áreas do conhecimento ou delas com a FTP. 

É importante salientar que os Itinerários Formativos devem ser estruturados de forma mais dinâmica, com aulas que possibilitem a participação ativa dos estudantes. Portanto, é recomendado que sejam feitos grupos de estudos, oficinas, laboratórios, projetos, dentre outros. 

Ao final dos três anos do Ensino Médio, as instituições de ensino devem entregar aos alunos um certificado de conclusão do Itinerário Formativo ou  FTP realizado. 

Saiba mais sobre cada área do conhecimento dos Itinerários Formativos

Agora que já definimos o que são os Itinerários Formativos, é fundamental entendermos melhor o que cada área do conhecimento aborda. 

Linguagens e suas Tecnologias

O estudante obterá conhecimento na área de Linguagens e suas Tecnologias por meio da aprendizagem ativa dos seguintes componentes:

  • Língua Portuguesa;
  • Arte;
  • Educação Física;
  • Língua Inglesa.

No Ensino Médio, são consolidadas e ampliadas as aprendizagens previstas na BNCC de Ensino Fundamental. Nessa fase, os estudantes são convidados a aprofundar os seus conhecimentos sobre suas emoções, interesses, habilidades intelectuais e expressivas. 

Os jovens também são incentivados a ampliar e aprofundar conexões sociais e afetivas e pensar sobre a vida e o trabalho que eles querem realizar no futuro.

Em Linguagens e suas Tecnologia, são questionados sobre si mesmos e seus projetos de vida, para que atuem de forma ativa na construção de sua jornada.

Tudo isso é feito por meio de práticas que buscam consolidar e ampliar as habilidades de uso e de reflexão sobre as linguagens (artísticas, corporais e verbais), que são objetos de seus diferentes componentes (Arte, Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa). 

Matemática e suas Tecnologias

O estudo de Matemática e suas Tecnologias tem como foco a construção integrada da Matemática, aplicada à realidade em que vivemos.

Os conceitos matemáticos podem ser aplicados em diversos contextos de trabalho como, por exemplo:

  • resolução de problemas e análises complexas, funcionais e não lineares;
  • análise de dados estatísticos e probabilidade;
  • geometria e topologia;
  • robótica;
  • automação;
  • inteligência artificial;
  • programação;
  • jogos digitais;
  • sistemas dinâmicos.

Diante desse contexto, o estudante deverá usar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos para interpretar situações em uma série de contextos. 

Além disso, ele será incentivado a aplicar os conhecimentos adquiridos em atividades cotidianas, fatos das Ciências da Natureza e Humanas ou, ainda, em questões econômicas ou tecnológicas divulgadas por diferentes meios. 

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

O estudante dos Itinerários Formativos de Ciências da Natureza e suas Tecnologias aprofunda-se de maneira prática às seguintes disciplinas:

  • Biologia;
  • Física;
  • Química.

As práticas são colocadas de forma a incentivarem os jovens a analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base na relação entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que melhorem os processos produtivos, minimizem o impacto ambiental na sociedade e melhorem as condições de vida da comunidade local, regional e/ou global.

As competências específicas dessa área do conhecimento são obtidas por meio do incentivo à leitura e análise de materiais de divulgação científica, à comunicação de resultados de pesquisas, à participação de debates, dentre outros.

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

O estudo das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas é feito por meio de um olhar articulado das seguintes disciplinas:

  • Filosofia;
  • História;
  • Geografia;
  • Sociologia.

Por meio da prática dessa área do conhecimento, os estudantes intensificam os questionamentos sobre si próprios e o mundo em que vivem. Isso faz com que eles compreendam temáticas e conceitos utilizados em sala de aula, por meio da problematização de categorias, objetos e processos. 

Assim, é possível propor e questionar hipóteses sobre as ações dos indivíduos que os cercam, identificando pontos de ambiguidade e contradições que se manifestam tanto nos comportamentos individuais, quanto nos processos e estruturas sociais. 

Durante o processo de aprendizagem, são aprofundados conceitos que permitem que o estudante estabeleça diálogos entre indivíduos, grupos sociais e cidadãos de diversas nacionalidades, saberes e culturas distintas.

Formação Técnica e Profissional

O aluno encontrará na Formação Técnica e Profissional a perspectiva da formação humana integral. Ela visa o desenvolvimento de programas educacionais inovadores, que promovam a qualificação efetiva do estudante para o mercado de trabalho.

Quais são os Eixos Estruturantes dos Itinerários Formativos?

A formulação dos Itinerários Formativos devem ser baseados nos procedimentos cognitivos e no uso de metodologias que estimulem o protagonismo dos estudantes. Para orientar as instituições de ensino, foram definidos quatro Eixos Estruturantes pela BNCC. São eles:

  • Investigação científica: ​​utiliza a ciência como base para investigar a  realidade e interpretar ideias. Além disso, promove o conhecimento das práticas científicas e a capacidade de pensar com embasamento metodológico para ajudar a melhorar a qualidade da vida em sociedade.
  • Processos criativos: estimula o conhecimento nos campos da arte, cultura, mídia e atividade criativa, por meio da promoção e do desenvolvimento de práticas e soluções inovadoras que atendam às demandas sociais. 
  • Mediação e intervenção sociocultural: trata-se do conhecimento necessário para a mediação de conflitos, promovendo a compreensão e implementação de soluções para problemas identificados na sociedade.
  • Empreendedorismo: propõe a aplicação dos conceitos e conhecimentos de diferentes áreas para a abertura de empresas, instituições ou organizações de produtos e serviços inovadores. 

Conclusão

Cada vez mais, nota-se a necessidade do jovem de ser o protagonista da sua vida e tomar as suas próprias decisões, com autonomia e segurança. E, para alinhar as instituições de ensino aos estudantes contemporâneos, o Novo Ensino Médio e os Itinerários Formativos foram criados pelo Ministério da Educação.

É essencial que as escolas estejam engajadas a promoverem o ensino dinâmico e prático, demandado pela Geração Z. Isso faz com que os estudantes tenham mais interesse em frequentar a escola, diminuindo a evasão e melhorando os resultados da aprendizagem. 

Vamos juntos nessa jornada? A Little Maker possui o programa Maker Transformador, que é destinado ao Ensino Médio (1º ao 3º ano), seguindo as diretrizes da BNCC. Todo o projeto foi pensado levando em consideração todos os Itinerários Formativos, Componentes Curriculares, Competências Específicas e Habilidades previstas para esta fase.

O programa pode ser aplicado para embasar tanto a Formação Geral Básica quanto os Itinerários, podendo dentro de uma mesma proposta transitar entre diferentes trilhas, uma vez que permite construir soluções alinhadas com os interesses pessoais e projetos de vida. 

Quer saber mais? Vamos conversar. Clique aqui para falar com a Little Maker.  

TEDs Inspiradores

Iniciar um novo ano é uma ótima oportunidade para colocar em prática planos que ficaram na gaveta e iniciar novas mudanças. É pensando nisso que a Little Maker criou uma curadoria super especial de palestras do TED com temas educacionais para começar 2022 inspirando novas práticas e compartilhando ideias que motivam nosso propósito. Esperamos que você goste da coletânea e saia entusiasmado para colocar a “mão na massa”!

 

A vida são os seus talentos descobertos | Sir Ken Robinson | TEDxLiverpool

Abrimos nossa newsletter com o TEDx Talks de Sir Ken Robinson, autor do livro “Somos todos criativos: Os desafios para desenvolver uma das principais habilidades do futuro”, palestrante e consultor internacional de educação. Nesta palestra de julho de 2014, Robinson nos desperta para que busquemos nossos talentos reprimidos, onde o processo de resgate e descobrimento deles, seria o fundamento da sabedoria da vida.

 

A Tecnologia Pode Promover uma Aprendizagem mais Humana? | Diego Thuler | TEDxCariobaStudio

A tecnologia nunca foi efetivamente integrada à sala de aula; foi somente a partir de um processo de distanciamento social que se fez necessário integrá-la totalmente como ferramenta de comunicação e documentação. Neste TEDx, o fundador da Little Maker, Diego Thuler, compartilha seu olhar em relação à tecnologia na educação e como a mesma deve ser incorporada dentro da sala de aula para que efetivamente tenha um papel transformador.

 

Mitch Resnick: Vamos ensinar crianças a escrever códigos

Mitchel Resnick, professor do MIT e diretor do grupo Lifelong Kindergarten, aborda a linguagem dos códigos de programação em sua palestra do TED. Desmitificando que escrever e programar seja somente para algumas pessoas, Resnick demonstra ao decorrer de sua fala que tal linguagem pode ser mais simples do que se imagina, pautando também os benefícios da aprendizagem da escrita de códigos às crianças para que possam mais do que somente ler as tecnologias, mas também terem a possibilidade de criá-las.

 

Our failing schools. Enough is enough! | Geoffrey Canada | Ted Talks Education

Para finalizar nossa newsletter, indicamos esse incrível TED no qual o educador, ativista social e autor Geoffrey Canada aponta problemáticas de sistemas educacionais que se recusam a revisar e renovar suas metodologias mesmo quando é comprovado, através de dados, que muitos de seus estudantes não estão sendo impactados da melhor maneira e estão perdendo em questão de aprendizado. Ele enfatiza a necessidade de tomar atitude frente essa realidade, não desistindo de inovar e ajustar as práticas educacionais a fim de contemplar crianças e adolescentes dos mais diferentes contextos.

 

Avaliação Formativa, crianças reunidas na escola

Avaliação Formativa: entenda esse conceito e como aplicar na sua escola

A avaliação formativa é uma prática que estimula a visão panorâmica do ensino-aprendizagem. Ainda que o aluno continue sendo o foco deste processo, essa avaliação reflete, também, a prática pedagógica do professor.

Muito embora seja qualificada como um método avaliativo, esse tipo de avaliação perde o caráter classificatório e deixa de ser apenas o ponto final do processo, e se coloca como um recurso de observação da trajetória do ensino-aprendizagem. 

Muitos professores certamente já fazem a essa avaliação – intuitivamente ou não. No entanto, para o resultado que se espera dela seja atingido, isto é, o aperfeiçoamento do ensino e da aprendizagem, a avaliação formativa deve ser contínua e sistematizada, sobretudo, desvinculada da praxe quase “punitiva” das avaliações tradicionais.

Neste artigo, vamos abordar os seguintes aspectos sobre avaliação formativa:

  • O que é avaliação?
  • Instrumentos de avaliação
  • Quais os tipos de avaliação interna?
  • O que é avaliação formativa?
  • Quais os benefícios dessa modalidade de avaliação?
  • Características da avaliação formativa
  • Quais são os instrumentos da avaliação formativa?
  • Qual é a função do professor na avaliação formativa?
  • Como se faz uma avaliação formativa?
  • Conclusão
  • Exemplo de avaliação

O QUE É AVALIAÇÃO

A avaliação é o principal recurso que se tem para diagnosticar a evolução da aprendizagem dos alunos. O que cada estudante aprendeu ou não durante um período. Existem dois modelos de avaliação: externa e interna. 

No grupo das avaliações externas, estão todas aquelas que avaliam a qualidade da educação, por meio dos resultados obtidos pelos alunos em provas como ANA, SARESP e ENEM. São essenciais para a tomada de decisões estratégicas para políticas públicas educacionais.

A avaliação interna é realizada pela escola; preparada, aplicada e corrigida pelo professor. Tradicionalmente, a avaliação interna acontece com a aplicação de provas e testes realizados a cada etapa de ensino vencida, visando o currículo.

A avaliação formativa é um dos meios de se executar a avaliação interna. Mas, reforçando, diferentemente das provas comuns, ela não é somatória e acontece ao longo do processo. 

O que a avaliação formativa tem em comum com as demais – diagnóstica e somativa – é que todas podem usar os mesmos instrumentos de avaliação. No entanto, a intencionalidade com a aplicação delas difere, conforme veremos a seguir.

INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO INTERNA

Os recursos utilizados para avaliar a evolução da aprendizagem do aluno são chamados de instrumentos de avaliação. Existem diversos  recursos e atividades, que navegam desde os tradicionais, como provas e simulados, aos mais envolventes e “mão na massa”. 

Estes últimos, inclusive, têm crescido à medida que as escolas percebem a importância da educação maker para a formação de cidadãos mais completos.

A seguir, vamos contextualizar os tipos de avaliação interna, além da avaliação formativa. 

QUAIS OS TIPOS DE AVALIAÇÃO INTERNA?

As avaliações internas podem ser aplicadas antes, durante ou após o processo de aprendizado e desenvolvimento dos conhecimentos pelos estudantes. Lembrando que os recursos e atividades podem ser os mesmos para cada tipo de avaliação interna, mas deve-se considerar a intencionalidade e objetivo de cada uma delas:

Avaliação diagnóstica 

Objetiva entender em que ponto da aprendizagem o aluno está. Vale destacar que a aplicação desta avaliação será de fundamental importância para compreender o nível de aprendizagem dos estudantes no retorno da volta às aulas no contexto pós-pandemia.

Avaliação formativa

Seu objetivo é acompanhar a evolução da aquisição de conhecimento do aluno, ao mesmo tempo em que fornece subsídios para o professor compreender o quão eficiente está sendo seu processo de ensino. Não há atribuição de nota. Permite a coleta de evidências, pelo aluno e pelo professor, da eficiência do ensino-aprendizagem para a correção rápida da rota. O conceito será mais amplamente explorado a seguir, inclusive com exemplos. 

Avaliação somativa (ou classificatória)

Identifica o nível de aprendizagem alcançado pelo estudante ao final do curso ou de uma unidade de ensino, com a atribuição de uma nota. É muito mais quantitativa do que qualitativa. Baseia-se em rendimento alcançado versus objetivos previstos.

O QUE É AVALIAÇÃO FORMATIVA?

A principal função dessa avaliação é se destacar das avaliações internas nos moldes tradicionalistas, classificatórios. Para isso, precisa avaliar o aluno continuamente e em ocasiões diferentes. Ao mesmo tempo, deve produzir dados para o professor. 

Mais do que simplesmente “verificar” se o aluno aprendeu (em alguns casos, decorou) a matéria, essa modalidade de avaliação permite detectar os pontos fracos do ensino-aprendizagem, inclusive do próprio método do professor, e possibilitar meios de formação que respondam às características individuais dos alunos.

Esses personagens têm a oportunidade de perceber seus erros e acertos e transformar rapidamente suas práticas, sem negligenciar, evidentemente, as etapas vencidas com sucesso. 

QUAIS OS BENEFÍCIOS DA AVALIAÇÃO FORMATIVA?

Com essa avaliação há, efetivamente, a integração entre avaliação, ensino e aprendizagem.

Para a educação moderna, a avaliação formativa é indispensável. Ela dá mais agilidade à reorientação do “como” se ensina e se aprende. Respeita o ritmo de aprendizagem de cada aluno e fornece dados ricos para o professor ajustar a sua prática didático-pedagógica.

E mais: essa avaliação permite um entendimento ainda maior pelos pais e tutores dos alunos, quando esclarece o que se espera de cada projeto, isto é, a intencionalidade pedagógica, e coleta as evidências do professor e do aluno quanto às competências desenvolvidas. 

CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO FORMATIVA

“Muitos professores dizem praticar a avaliação formativa, só que a fazem muitas vezes sem terem perfeita consciência das suas potencialidades pedagógicas e sem uma prática regular, exigente, sistemática desta modalidade de avaliação (Barreira, 2001; Barreira & Pinto, 2005).”

Essa avaliação não tem uma frequência preestabelecida como acontece com a avaliação somativa – uma semana de provas, por exemplo. A formativa não é engessada tal como as demais, no entanto, para que as evidências sejam coletadas e gerem dados potentes ao aprendizado, ela precisa ser contínua, cumulativa e sistemática:

Contínua 

A aprendizagem do aluno não pode ser medida apenas por uma ação realizada ao fim do bimestre ou do trimestre, mas deve resultar do desenvolvimento e acompanhamento ao longo das aulas. É preciso, no entanto, planejamento. Mesmo um simples diálogo com a turma pode ser usado em uma avaliação formativa, mas precisa ter um objetivo claro e as perguntas certas.

Cumulativa

Porque a avaliação não pode ser um instrumento meramente quantitativo. É preciso que, a partir da avaliação formativa, sejam extraídos os dados que orientem e deem pistas do progresso da aprendizagem. 

Sistemática

O registro e coleta das evidências são fundamentais para o professor e o aluno conseguirem identificar quais objetivos foram ou não atendidos e a forma como cada um constrói sua trajetória de desenvolvimento. Não apenas para entender se resultados foram alcançados, mas quais foram e como tem sido a evolução da aprendizagem.

A aplicação da avaliação formativa contínua e sistematicamente gera dados para o professor identificar as mudanças necessárias em suas práticas e intervir rapidamente nas dificuldades dos alunos, seja com a classe ou com um estudante especificamente. 

Por outro lado, como sempre, é importante planejar: o que será avaliado, para que e como será feita a avaliação. E aqui entra a seleção e identificação dos instrumentos para a avaliação formativa.

QUAIS SÃO OS INSTRUMENTOS DA AVALIAÇÃO FORMATIVA?

A diversidade dos instrumentos dessa modalidade de avaliação é tão ampla quanto a criatividade do professor. Entretanto, a avaliação formativa pode se valer dos mesmos recursos e atividades das avaliações tradicionais. O que muda é a intencionalidade de usá-la como ferramenta de aprendizagem e não como finalidade.

Trouxemos alguns exemplos de recursos e atividades que podem ser usados como instrumentos:

Atividade múltipla escolha

É prática e objetiva e promove resultados rápidos. O cuidado está em preparar perguntas absolutamente claras e alternativas sem ambiguidade. 

Atividade de resposta construída

Um pouco mais trabalhosa, mas indispensável. Podem ser orais ou escritas, de respostas objetivas (mais curtas) ou respostas subjetivas. 

Autoavaliação

Talvez a mais importante atividade da avaliação formativa. Quando o aluno tem a chance de analisar sua trajetória de aprendizado, ter consciência das competências consolidadas e de suas dificuldades. É uma ferramenta de autonomia que permite ao estudante assumir o protagonismo de seu desenvolvimento e compartilhar com o professor a responsabilidade sobre sua formação. O cuidado: criar quesitos objetivos e que ajudem o aluno a refletir sobre seu desempenho na atividade.  

Portfólio

O portfólio é um instrumento que documenta as etapas de um projeto ou um conjunto de atividades realizadas pelos alunos. Para servirem à prática formativa, o professor precisa acompanhar a construção dessa documentação, viabilizando feedbacks e oportunidades de ajustes acerca do processo e dos resultados obtidos. 

Embora haja diversidade de instrumentos, é função do professor planejar a avaliação formativa. Afinal, é ele quem sabe quais são os objetivos de cada unidade de ensino e o que se espera obter a partir de cada projeto realizado. Mas, esse não é o único papel do professor com a avaliação formativa.

QUAL É A FUNÇÃO DO PROFESSOR NA AVALIAÇÃO FORMATIVA?

O professor tem papel transformador no processo educacional e, por meio dessa avaliação, tem a chance de melhorar significativamente a aprendizagem dos alunos e o seu modo de ensinar. 

Nesta avaliação, o professor precisa planejar suas atividades, definir os objetivos de cada aplicação, selecionar os melhores instrumentos, dar feedback construtivo para o aluno, bem como, preparar o estudante para fazer sua autoavaliação. 

Também é função do professor viabilizar a coleta e registro de evidências a cada atividade formativa e oferecer uma comunicação clara e efetiva com os gestores, pais e tutores dos alunos. 

Sobretudo, o papel do professor nessa avaliação é permitir que o aluno seja cada vez mais protagonista de sua aprendizagem. Em contrapartida, que sua prática didática seja sempre mais efetiva.

COMO SE FAZ UMA AVALIAÇÃO FORMATIVA?

Resgatamos as 3 perguntas básicas que devem ser respondidas antes de fazer a avaliação formativa: o que se quer avaliar, para quê e, como.

Além disso, como a avaliação formativa não tem uma frequência obrigatória – ela apenas precisa ser contínua – as evidências das atividades precisam ser registradas. 

Quanto mais recursos a escola puder fornecer para os professores aplicarem a atividade e registrarem suas percepções, assim como, quanto mais fácil for para os alunos fazerem sua autoavaliação, maiores as chances do sucesso com a avaliação formativa. 

E, se ainda for possível disponibilizar aos pais e tutores meios de acompanharem o que se espera com cada atividade e o que foi atingido, é ainda melhor.   

CONCLUSÃO

A avaliação formativa é uma das formas de superar objeções de pais, inquietações de alunos e insatisfação dos professores quanto às práticas de ensino-aprendizagem atuais.

É evidente que a educação moderna já não suporta avaliar os alunos apenas pelos métodos tradicionais, quantitativos. Avaliar deve significar a qualidade do que foi aprendido, entender onde estão as falhas e quais ações adotar para mitigá-las. 

Por isso, a avaliação formativa é um instrumento mais completo que o modelo avaliativo atual. Ela significa a avaliação para o ensino e para a aprendizagem de forma ampla e com qualidade. 

A avaliação formativa não é um sonho distante. Ela pode fazer a diferença em sua escola ainda neste ano. 

EXEMPLO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA

A Plataforma Significa é um aplicativo que ajuda a escola a estruturar e aplicar essa avaliação, bem como, registrar as evidências, envolvendo alunos, professores, pais e a gestão pedagógica. 

A Plataforma, surgiu a partir das atividades “mão na massa” da Little Maker e hoje pode ser implementada em outras atividades pedagógicas que a escola já faz, como: Trabalhos e Pesquisas, Feiras e Mostras, Investigação Científica, Festas e Festivais, Vivências Externas, Argumentação e Perspectivas, entre outros. 

Para cada atividade são propostos instrumentos de avaliação formativa pré-formatados, além de ser possível adicionar outras atividades. Conheça a Plataforma Significa hoje mesmo. Disponível para computadores, smartphones e tablets.   

 

 

 

Ensino Remoto: uma oportunidade valiosa às escolas

A pandemia obrigou escolas a se adaptarem rapidamente ao ensino remoto. No entanto, essa adequação foi muito mais dramática àquelas instituições que ainda não haviam incluído o ensino híbrido ao seu projeto educacional.

Ainda assim, passados os primeiros e grandes impactos ocasionados por essa situação, sem precedentes no mundo, as escolas começaram a enxergar as possibilidades que o ensino remoto oportuniza à educação.

A dinâmica, mesmo que ainda incipiente, do ambiente presencial no mundo digital, permitiu aos estudantes, pais, professores e gestores educacionais se aproximarem e se fortalecerem na complexidade do momento. Assim, o contato humano teve sua importância reforçada e mostrou-se indispensável. 

Além disso, competências, habilidades e atitudes foram desenvolvidas ou aperfeiçoadas em todos os personagens envolvidos na relação entre educadores e aprendizes, tal como, estas pessoas também passaram por mudanças em seus papéis na educação. Tudo isso vai permear o que ainda está por vir. 

Por outro lado, ficou claro que a educação como é hoje precisa ser urgentemente repensada – e este é um tema debatido há anos pelas escolas mais inovadoras – e que existem processos que podem ser digitalizados.

Portanto, se o ensino remoto já dava sinais de sua importância há anos, agora ele é mandatório. Desenvolver parcerias que fortaleçam o ensino-aprendizagem na modalidade híbrida é fator indispensável para que esse modelo não se torne um simples depósito de conteúdo. Além, é claro, de se mostrar um potente aporte pedagógico a ser utilizado para esta e as próximas gerações.

COMO DEVE SER O ENSINO REMOTO NAS ESCOLAS

O ensino remoto nas modalidades infantil e fundamental – anos iniciais – ainda era pouco praticada antes da maior pandemia da história recente. Já nos anos finais do ensino fundamental e no médio, a modalidade híbrida já dava sinais de sua importância, mas, ainda assim, levaria tempo para fixar seu espaço nas escolas.

Esses planos foram abruptamente antecipados e, agora, estudantes de todas as idades assistem às aulas apenas diante da tela do computador, em seus smartphones ou tablets, em uma realidade que não era imaginada nem pelas escolas mais tecnológicas do planeta.

E já que é este o cenário que se apresenta, o que se tem de fazer com o ensino remoto é garantir, minimamente, uma rotina aos estudantes, da mesma forma que eles encontram com as aulas presenciais. Do lado da escola, é necessário que os objetivos de aprendizagem estejam bem delineados, mesmo que tenha de haver uma redefinição das expectativas da aprendizagem. 

Em 2017, antes de toda a pandemia, José Moran já nos provocava no texto “Metodologias ativas e modelos híbridos na educação” sobre uma educação a distância diferente dos modelos tradicionais visto nas aulas presenciais. Para ele:

“A chamada educação a distância precisa sair dos modelos conteudistas e incorporar todas as possibilidades que as tecnologias digitais trazem: a flexibilidade, o compartilhamento, ver-nos e ouvir-nos com facilidade, desenvolvimento de projetos em grupo e individualmente, visualização do percurso de cada um, possibilidade de criar itinerários mais personalizados. Precisa incorporar também todas as formas de aprendizagem ativa que ajudam os alunos a desenvolver as competências cognitivas e socioemocionais. Mais que educação a distância podemos falar de educação flexível, online.”

Dessa forma, se faz necessária uma transformação na qual os docentes devem permanecer comprometidos com o desenvolvimento dos estudantes e será necessária uma preparação diferente, mais voltada à utilização das tecnologias e recursos disponíveis como instrumento pedagógico, para que as aulas não reproduzam apenas o presencial, mas que tire proveito do formato digital atuando no desenvolvimento das competências e habilidades. 

Como têm letramento tecnológico, os estudantes não terão dificuldades com os recursos que lhes serão apresentados. No entanto, cabe à escola a criação de estratégias para deixá-los ativos, engajar e garantir retenção e captação de alunos; com meios que permitam a eles entenderem o seu lugar como protagonistas no seu desenvolvimento e como agentes criadores de soluções para si e para os outros.

A aprendizagem ativa e a sala de aula invertida, ambas baseadas no estímulo do aluno a “aprender a aprender” e a se instrumentalizar para a busca de conhecimentos, ganham força com o ensino remoto. Os estudantes também terão possibilidade de aplicar suas habilidades e conhecimentos tácitos que, muitas vezes, ficam escondidos, porque eles não são estimulados a experimentar e a se expressar de forma autônoma. 

E os pais e responsáveis pelos estudantes?

A participação da família ganha outra perspectiva com a EaD e a escola precisa envolvê-los nesta modalidade de aprendizagem, orientando pais e responsáveis quanto ao importante papel que vão desempenhar.

Será necessário ajudá-los no planejamento, para serem capazes de acondicionar as mudanças no dia a dia e não sobrecarregar um ou outro membro da casa. Assim, foram destacados alguns pontos para dar suporte aos pais nesta jornada. 

Mesmo sabendo que o ensino presencial é insubstituível, é importante destacar que apesar de muitas ações terem sido tomadas de forma emergencial – para assegurar que crianças e adolescentes se mantivessem estudando –, o ensino híbrido na educação básica é uma realidade de longo prazo. Por isso, quanto antes houver planejamento, melhor será.

Os pais precisarão rever a rotina, de forma que o estudante tenha horário para começar e terminar suas atividades escolares, com um espaço apropriado para acompanhar o conteúdo síncrono e assíncrono. 

O ambiente em que a criança e ou jovem utilizarão para estudar precisa ser confortável fisicamente, bem iluminado e com o mínimo de interrupções possível. As atividades extrassala precisam ser realizadas normalmente e entregues nos prazos estabelecidos com educadores e colegas.

Assim como no ensino tradicional, os pais deverão estar comprometidos com a educação dos seus filhos. Isso não significa ter de estudar o conteúdo programático para ensiná-lo aos estudantes; mas os responsáveis devem entender as estratégias propostas pela escola, para que possam estimular a aprendizagem significativa também com práticas executadas no dia a dia da casa.

3 ENSINAMENTOS PARA O SUCESSO NO ENSINO REMOTO

As escolas que já estavam mais avançadas no desenvolvimento de atividades a distância com seus alunos são uma excelente fonte de inspiração para outras instituições de ensino. Afinal, o sucesso é precedido por erros e acertos.

Assim, ao olhar para as conquistas das escolas que já incluíram o ensino híbrido no seu portfólio, é possível extrair 3 importantes ensinamentos:

  • trabalhar conceitos “do it together” e “do it yourself (DIY)”;
  • oferecer meios para o aluno criar conexão emocional com a aprendizagem; e
  • manter parcerias que potencializam a aprendizagem significativa.

A ideia do “faça você mesmo” não tem a ver com o aluno aprender sozinho, mas, com “a capacidade do indivíduo realizar, por si mesmo, as mudanças necessárias para evoluir e se fortalecer” (Paulo Freire, 1987).

E como é isso na prática? Com o estabelecimento de um ambiente propício – e aqui, não estamos falando de espaço físico – para que estudantes possam construir suas próprias ideias e se entender como agentes de transformação de si e de seu entorno. É por isso que a evolução do modelo DIY foi muito bem-vinda para o “do it together”.

Para isso, os estudantes são estimulados a buscar seu propósito, investigar, refletir e criar soluções criativas e colaborativas para seus próprios projetos. O motivo, claro, é fazê-los colocar a mão na massa e se perceberem como os protagonistas da história. É assim que se cria a conexão emocional com a aprendizagem.

Assim, os docentes precisam ser amparados e ter acompanhamento pedagógico que lhes permita navegar por atividades interdisciplinares e transdisciplinares, que desenvolvam a liberdade autoral do estudante na criação de projetos e resolução de problemas que lhe são pertinentes.

Uma das formas das instituições educacionais passarem com maior segurança por esse período em que foram forçadas a implantar o ensino remoto é implementar metodologias pedagógicas de ensino híbrido, que servem tanto para aulas presenciais quanto à distância.

Acreditando nisso, nós da Little Maker levamos este conceito para as escolas, e agora, também para as casas de todo o Brasil através das versões Híbrido e EAD de todos os nossos programas. Por meio  de uma metodologia exclusiva e totalmente flexível, as escolas conseguem ter maior engajamento e retenção de alunos. Somos educadores que acreditam no despertar do aluno para o prazer em aprender. 

Os planos de aula, plataforma digital e formação viabilizam uma ampla flexibilidade de aplicação, tanto nos formatos presencial, EAD e híbrido, quanto no uso de materiais e tecnologias, proporcionando o trabalho em equipe, a conexão afetiva entre a criança e o conhecimento e uma aprendizagem significativa. 

Conheça todas as vantagens e tudo que nosso programa pode oferecer no site oficial do nosso programa EAD e Híbrido.

 

Folha papel aprendizagem criativa

O que é Aprendizagem Criativa

A Aprendizagem Criativa defende o aprendizado como produto de um processo exploratório e é um conceito sustentado pelo grupo de pesquisa do MIT Lifelong Kindergarten, dirigido por Mitchel Resnick.

Uma das fontes de inspiração para a iniciativa foi a trajetória de Froebel, criador do jardim de infância. O autor afirma que essa fase é definitiva para a formação dos seres humanos e merece, portanto, atenção especial. Por isso observa-se grande diferença entre o jardim de infância e a escola propriamente dita.

Diferentemente dos demais sistemas de ensino comuns na vida acadêmica que seguem o modelo de transmissão de ensino, durante o jardim de infância o aprendizado é adquirido através de uma conduta ativa da criança ao interagir e se conectar com o mundo, algo que faz principalmente quando há propostas e possibilidades divertidas e envolventes.

Segundo Resnick, em seu livro Lifelong Kindergarten: Cultivating Creativity through Projects, Passion, Peers, and Play, “a aprendizagem baseada no estilo do jardim de infância é exatamente o que é preciso para ajudar as pessoas de todas as idades a desenvolver as capacidades criativas necessárias para prosperar na sociedade de hoje, que vive em constante mudança.”.

Com isso em mente, a Aprendizagem Criativa propõe um processo em que a exploração é a palavra chave. Esse processo parte da Espiral da Aprendizagem Criativa, que consiste nos momentos: Imagine, Crie, Brinque, Compartilhe e Reflita; cada uma dessas etapas traz um nível diferente de compreensão dos aprendizados (mesmo que a criança não perceba que está aprendendo!) e a cada vez que a espiral se repete, toda a bagagem e repertório anterior contribui para um processo ainda mais complexo.

Os Quatro Princípios da Aprendizagem Criativa

Ainda dentro dessa abordagem, encontramos os conceitos dos 4 Ps, princípios orientadores dentro da Aprendizagem Criativa. São eles:

Projetos: trabalhar com projetos permite às crianças mobilizarem diferentes áreas de conhecimento e interesses, exercitando habilidades que já possuem e desenvolvendo novas técnicas.

Paixão: ter espaço para trabalhar com seus próprios interesses incentiva as pessoas a dedicarem mais tempo a seus projetos, aprimorando-os cada vez mais e, durante esse processo, descobrindo novas paixões.

Pares: a ideia de trabalhar em pares pode ser exercida de formas muito variadas, desde a construção em conjunto de fato até trocas específicas de opiniões e experiências durante o processo e até mesmo compartilhando seu trabalho e recebendo feedbacks, o que pode resultar em mais aprendizado pelo trabalho colaborativo e em um projeto mais interessante do que o inicialmente imaginado..

Pensar brincando: acontece quando o ambiente de construção é envolvente, permitindo a exploração e também que os alunos errem e aprendam por meio das descobertas, tornando o processo ainda mais divertido.

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Como combinamos Aprendizagem Criativa e Significativa no Contexto Maker?

Na Little Maker, vinculamos os 4Ps a um projeto 100% autoral aplicando o conceito de Projeto em detrimento de uma transmissão vertical de informação entre aluno e professor, sendo esse baseado não apenas na construção mão-na-massa, mas em um processo de materialização da ideia oriunda dos interesses e demandas do aluno, – como um combustível para dedicação por ser uma temática pela qual tem Paixão, percorrendo trocas significativas entre colegas e professores, configurando trabalho entre Pares, seja em trocas momentâneas ou em construção compartilhada.

Dessa forma, o processo de criação torna-se divertido, exercitando o Pensar Brincando ao expor os jovens a uma condição de aprendizado em um ambiente envolvente.

Na Little Maker aplicamos os 4 P’s a um projeto completamente autoral onde o conceito de Projeto perpassa a transmissão de informação de modo horizontalizado e, não se detendo a construção mão-na-massa, acontece de acordo com a Paixão de cada indivíduo como combustível para a dedicação a cada projeto singular.

Através do trabalho em projetos os estudantes têm a oportunidade de trabalhar em Pares e potencializar suas ideias, aprendendo também a trabalhar em grupo e desenvolver habilidades socioemocionais. Dessa forma, o processo de criação, além de envolvente, torna-se divertido, exercitando o Pensar Brincando e expondo os jovens a um ambiente propício para um aprendizado que acontece organicamente.

A aplicação desses conceitos resulta em uma aprendizagem mais significativa que ajuda a desenvolver habilidades socioemocionais e relações interpessoais dos alunos, bem como permite ao jovem entender que é possível mobilizar os conhecimentos em prol de seus projetos e objetivos de vida.

Ter acesso a um espaço que traga esses valores e conceitos dentro de uma metodologia aplicada é extremamente empoderador e, conforme a criança atinge níveis mais profundos na espiral da aprendizagem criativa por percorrê-la diversas vezes, exercita o autoconhecimento, nutre seus interesses antigos ao passo que descobre novas paixões e se torna mais autônoma, desenvolvendo uma postura mais ativa em relação ao mundo.

criatividade na educação maker

Criatividade na Educação: O Exercício da Criatividade no Século XXI

Mudar a forma como olhamos para o mundo e agimos nele é uma demanda urgente.

Ela se encontra em pauta nas reuniões de cúpula, em movimentos sociais, em documentos como a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), especificamente no Brasil. A BNCC surge como forma de repensar a educação para que ela fique mais próxima dessas transformações sociais, formando o sujeito de modo integral e preparando estudantes para desafios futuros que estão além da escolarização.

Repensar os modelos atuais para ensinar indivíduos a lidar com um mundo em transformação não é apenas uma preocupação brasileira. O processo de repensar a educação tradicional é um movimento global e, dentro das competências e habilidades a serem desenvolvidas, a criatividade é uma das que mais tem chamado a atenção nos últimos anos, principalmente quando falamos em educação no Brasil.

Dentre as competências gerais da BNCC, alguns tópicos, como o Pensamento Científico, Crítico e Criativo e Trabalho e Projeto de Vida, que podem ser vistos na organização que o Porvir realizou, evidenciam que a educação brasileira está disposta a tomar rumos menos tradicionais valorizando a diversidade de saberes e vivências culturais, propondo a reflexão sobre o diferente, a análise crítica, a imaginação e a criatividade para formar indivíduos preparados para um mundo VUCA (acrônimo das palavras em inglês volatility, uncertainty, complexity e ambiguity), traduzido em português como um mundo “VICA” volátil, incerto, complexo e ambíguo.

Tendo em vista essas e outras novas demandas da vida em sociedade, tornou-se necessário voltar a atenção para questões que, apesar de já serem discutidas há algum tempo, nunca estiveram em uma posição de tanto destaque quanto agora. Entre elas, encontramos tópicos como a relação do indivíduo com o mundo, a educação integral que valoriza também as habilidades socioemocionais e a criatividade, temática na qual daremos enfoque nesse texto.

Como funciona a criatividade?

Criatividade não é sobre genialidade. Criatividade é sobre o contato com o diferente, usar caminhos incomuns, trabalhar em pares, ter um ambiente propício.

Fayga Ostrower, em seu livro Criatividade e Processos de Criação, desmistifica uma das maiores barreiras sobre a criatividade: a artista e autora tira o caráter puramente inconsciente, como se esta fosse uma inspiração súbita e inseparável da genialidade e entende a criatividade como o potencial humano, um exercício da liberdade imaginativa, mas também um reflexo do nosso contato com o que é externo a nós.

Corroborando com a tese de Ostrower na qual, para a autora, a criatividade é não só uma condição e exploração humana, mas um exercício social, David Eagleman, no documentário que estrela produzido pela Netflix Como o Cérebro Cria, tenta destrinchar a criatividade e a forma como ela acontece no cérebro. Partindo da pergunta “como o cérebro cria?”, Eagleman entrevista diferentes pessoas para entender diferentes tipos de processos criativos e percebe que combinar diferentes estímulos sem ser levado por respostas automáticas, ter contato com o pouco usual, criar repertório e estar aberto a críticas com diferentes experiências e olhares são formas de potencializar a criatividade e é não só o que nos ajuda a criar, mas também a sistematizar esses conteúdos aos quais fomos sensibilizados e abre o leque de caminhos pelo qual o indivíduo pode trilhar.

No livro Aqui Dentro encontramos, de forma simples, quais são as fases do ato criativo. São elas:

  • a preparação, onde o período de estudo e trabalho acontece de forma consciente;
  • a incubação, quando o período de trabalho é inconsciente e todo o estudo é decantado;
  • a inspiração, que acontece quando a incubação é bem sucedida, surgindo uma solução para o proposto inicial; e
  • a concretização, quando a inspiração é verificada e colocada em prática.

Essas quatro fases da criatividade conversam diretamente com os 4 princípios da aprendizagem criativa, uma abordagem que defende o aprendizado a partir um processo exploratório. Dessa forma, a aprendizagem criativa se mostra uma alternativa potenciadora para o exercício e desenvolvimento da criatividade na educação. Em especial, trabalhar em projetos por meio de parceria pode ser o diferencial dentro do processo criativo no ambiente escolar.

Criatividade aplicada à educação

O potencial criativo existe em todas as áreas do conhecimento e, além disso, a criatividade vem acompanhada por sentimentos de satisfação, inclusão em um grupo, bem estar emocional e saúde mental.

Sendo a criatividade uma forma de sistematizar conhecimentos e compreendê-los, exercitá-la é uma forma de aprender, construir laços e conhecer mais de si e do próprio processo de aprendizagem.

A sociedade contemporânea tem como desafio sua complexidade, mutabilidade e incerteza e é necessário saber adaptar-se, e essa flexibilidade é uma das características da criatividade na educação. Quando se tem contato com o outro tendemos a ter mais tolerância à ambiguidades e a aceitar desafios cada vez mais complexos.

O ensino tradicional brasileiro hoje ainda não se descobriu um campo fértil para o desenvolvimento da criatividade em toda sua capacidade, e isso pode minar parte fundamental da expressão do indivíduo. O ensino baseado em um conteúdo fechado não auxilia os estudantes a descobrirem as respostas por si e explorarem diferentes nuances do mesmo conteúdo, conseguindo olhar para ele por diferentes ângulos.

O apoio dos pares é fundamental para um ensino mais plural e diverso e expressar-se é também uma forma de ensinar autonomia.

Como a Little Maker trabalha a criatividade na educação?

Todos podem ser criativos. A criatividade é um hábito e, ao ser incentivada e valorizada, faz com que as crianças aprendam essa cultura desde pequenos e se tornem adultos confiantes, autossuficientes e capazes de criar no mundo a sua volta.

A Little Maker tem como objetivo sempre oferecer um chão baixo, para que todos possam começar a criar e aprender, sem serem impedidos de criar por não terem determinado conhecimento, falta de habilidade, domínio de uma técnica ou falta de ferramentas e possibilidades; um teto alto, para que todos tenham a possibilidade de crescer em seus projetos e se sentirem desafiados, e também não se sintam desinteressados quando superarem o nível de complexibilidade do que construíram; e paredes largas para que as possibilidades sejam amplas o suficiente para desenvolver a criatividade e curiosidade de cada indivíduo, seguindo, dessa forma inúmero caminhos diferentes, de acordo com os interesses de cada um.

Usamos de oficinas que incentivam os estudantes a desenvolver a criatividade, ajudando a formar pessoas cujas habilidades de inovar e empreender novos desafios sejam inerentes a sua curiosidade em todas as esferas da vida.

A criatividade é fazer escolhas onde os caminhos, ao invés de afinarem, se expandem em novas possibilidades e mostram que um mundo inteiro é possível. Conheça mais sobre nossa metodologia.

Saiba como ter uma Little Maker na sua escola.

Bibliografia

OSTROWER, Fayga. Criatividade e Processos de Criação. 31º Edição. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1977.
ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. Criatividade no contexto educacional: Três décadas de pesquisa. Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, vol 23, pp. 045 – 049, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v23nspe/07.pdf
MINHÓS, Isabel; PEDROSA, Maria; MATOSO, Madalena. Aqui Dentro. São Paulo: Editora SESI, 2018.
Como o Cérebro Cria. Direção por Jennifer Beamish e Toby Trackman, roteiro por David Eagleman. Estados Unidos da América: Netflix, 2019. Acesso em 04 de fevereiro de 2020.
BAHIA, Sara; NOGUEIRA, Sara Ibérico. Entre a Teoria e a prática da Criatividade. In: VEIGA, Feliciano H. (org). Psicologia da Educação. Lisboa: Climpesi Editores, 2013. Disponível em https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/2721/1/entre-a-teoria-e-a-prática.pdf

Como a abordagem de Reggio Emilia contribui para uma Aprendizagem mais Significativa?

Reggio Emilia é o nome de uma cidade italiana com pouco mais de 170 mil habitantes situada no norte do país, área de destaque econômico por sua produção industrial. Contudo, desde a década de 1990, a cidade tem ganhado destaque mundial devido ao conjunto de escolas e práticas pedagógicas desenvolvidas ali. O que faz com que essas escolas sejam referência na Educação são seus diferenciais, como a valorização da diversidade de linguagens da criança (exploradas no poema “as cem linguagens da criança”, de Loris Malaguzzi) e a participação ativa de membros da comunidade e dos diferentes profissionais que trabalham na escola.

Essa abordagem transdisciplinar continua a ser uma inspiração para diversos lugares do mundo até os dias de hoje por sua preocupação com desenvolvimento intelectual, estético, emocional e social das crianças, especialmente na primeira infância.

Para entendermos um pouco mais sobre os valores e as particularidades dessa abordagem, vamos retomar sua história. Começaremos nos anos que se seguiram ao fim da 2ª Guerra Mundial.

A Primeira Escola

Na década de 1940, a Itália encontrava-se em processo de reconstrução econômica e física da destruição causada por batalhas e bombardeios decorrentes da 2ª Guerra Mundial. Também acontecia a reorganização política e social dos danos causados pelo regime fascista. Percebendo e vivenciando esse contexto, um grupo de moradores de Reggio Emilia reconhece que a educação das crianças era uma responsabilidade partilhada por todos os membros da comunidade e dedica-se à construção de uma escola infantil, a escola 25 de abril.

Loris Malaguzzi, um jovem nascido na região e formado em pedagogia, aproximou-se do projeto e contribuiu em sua construção aliando prática e teoria. A experiência educacional de Reggio (ou reggiana) tem inspiração em teóricos de renome internacional como Jean Piaget, Lev Vygotsky e John Dewey, e também de pedagogos italianos, como Maria Montessori e Bruno Ciari. Entretanto, a abordagem preocupa-se com os contextos cultural, histórico, econômico, científico e humano nos quais está inserida, por isso não se prende a nenhum grande modelo, e sim atende às demandas locais das crianças.

Assim, apesar do nome de Malaguzzi ser considerado referência sobre o tema, devemos compreender que esse olhar para a educação foi construído por todos os envolvidos, sejam eles educadores, psicólogos, pais, além das próprias crianças, protagonistas desse processo de adquirir conhecimento de forma a considerar as suas potencialidades.

Temos então uma escola que é compreendida como um lugar de diálogo e conexão entre os cidadãos, um espaço público de práticas éticas e políticas, vinculadas às práticas culturais e educacionais, fruto da própria reconstrução da comunidade no pós-guerra. É importante frisar que a abordagem adotada pela comunidade de Reggio Emilia sempre se baseou no contexto vivenciado. Por esse motivo, a comunidade, juntamente com o ambiente, são elementos chave para a aprendizagem aqui, pois proporcionam conexões com a realidade das crianças e elementos de seu cotidiano.

Ao longo das décadas seguintes, o projeto cresceu e hoje está sob a responsabilidade da Fundação Reggio Children, que é ligada à municipalidade e administra a rede de escolas. A rede corresponde a grande parte das escolas da região, englobando mais de quarenta escolas, entre creches para crianças de três meses a três anos de vida e escolas infantis para crianças de três a seis anos.

A Abordagem Educacional

A educação reggiana entende a criança de forma integral, considerando suas necessidades intelectuais, estéticas e afetivas na construção do conhecimento. Por este motivo, tem a preocupação com a existência de um ambiente que seja facilitador e estimule o processo de construção de conhecimentos e significados em contato com os outros e com o mundo. Desse modo, o ambiente educativo é organizado para ser um espaço acolhedor e permitir que seus frequentadores (crianças, pais e profissionais da escola) estabeleçam relações tanto com o ambiente, quanto uns com os outros.

Muitas das paredes e divisórias são transparentes para possibilitar que as crianças possam enxergar diferentes perspectivas. Ao final da aula, as salas e ateliês não são organizados para que seja possível a retomada das construções e projetos no próximo dia sem quebrar a continuidade do fio narrativo da aprendizagem – o que mostra, por exemplo, a importância dada ao processo dos pequenos.

Além disso, a formação de comunidades que trabalham em grupo é considerada um elemento potencializador da aprendizagem. Em uma pesquisa conjunta da Reggio Children e do Projeto Zero da universidade de Harvard (que pode ser consultada no livro “Tornando Visível a Aprendizagem. Crianças que Aprendem Individualmente e em Grupo”) os grupos de aprendizagem foram definidos como “um conjunto de pessoas emotiva, intelectual e esteticamente comprometidas com a solução de problemas, com ações realizadas e com a construção de significados – um conjunto em que cada um aprende, tanto de maneira autônoma quanto por meio das modalidades de aprendizagem dos outros”.

Outro ponto valorizado é a ideia de escuta. O termo escuta no contexto dessa abordagem pedagógica deve ser entendido de forma ampla e sinestésica. Não apenas como ouvir, mas como ter sensibilidade e disposição de entender e conhecer o mundo do outro, acolhendo as diferenças e dando valor ao olhar apresentado. Para que seja possível escutar ao outro, é imprescindível desenvolver a capacidade de escutar a si mesmo, trabalhando o autoconhecimento de suas habilidades, opiniões e limitações. Dessa forma, trabalha-se a empatia em um processo de dentro para fora, sendo mais gentil e compreensivo consigo mesmo e estendendo essa habilidade às pessoas de seu convívio e do mundo.

Documentação como forma de dar visibilidade ao processo de aprendizagem

Na experiência de Reggio a documentação é compreendida como parte integrante do processo de aprendizagem pois o torna visível. Esse processo se dá a partir de inúmeras formas de registro ao longo das aulas, buscando sempre captar a importância e essência do momento, seja registrando um aprendizado, um procedimento, uma dificuldade, ou qualquer outro momento que seja importante durante o processo. A documentação permite conhecer e entender as dinâmicas da aprendizagem individual, e também se torna um instrumento que contribui com a aprendizagem tanto individual quanto do grupo, além de ser capaz de registrar nuances que não poderiam ser observadas a partir de um produto final, justamente por serem processuais.

A documentação como parte do processo de aprendizagem demanda a escolha adequada do que se deve valorizar com o registro, esse podendo ser feito a partir de várias formas de linguagem (verbal, gráfica, musical, gestual etc.). Dessa forma, o registro não só acompanha, mas também estimula o conhecimento, questiona e convida ao saber. Portanto, a documentação contribui com a construção de sentidos durante os mais diversos trajetos que ocorrem no processo de aprendizagem.

Também estimulando a metacognição – que diz respeito à autoconsciência de estar aprendendo e discernimento desse processo. Isso porque o registro processual permite que as crianças revisitem seus processos, refletindo sobre suas experiências e aprendizagem, possibilitando novas interpretações de tudo isso a partir de novos contextos.

Little Maker e a abordagem Reggio Emilia

No desenvolvimento de nossa metodologia, buscamos inspiração na experiência de Reggio Emilia. Isso pode ser visto desde o incentivo à formação de grupos de trabalho, a preocupação com um ambiente acolhedor para a criança e suas ideias, a valorização das criações elaboradas pela própria criança, o respeito aos diferentes pontos de vista, até o cuidado com a escuta, que se manifesta inclusive através de registros.

Entendemos a documentação como parte integrante do processo de aprendizagem. Assim, ao longo das aulas, todo o processo de discussão, elaboração e criação é registrado tanto pelo professor, no caso educação infantil, quanto pelos próprios alunos. Isso permite a elaboração de questionamentos ao longo das aulas, a retomada do percurso ao final de um ciclo de projetos e também o acompanhamento dos pais por meio do aplicativo Significa Pais®, integrando os responsáveis nesse processo tão importante para as crianças.

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