Educação Maker e as Competências da BNCC: compreenda essa relação
Você sabia que existe uma relação direta entre as Competências da BNCC e a educação maker? Neste artigo, você vai entender essa conexão e como a educação maker pode ser uma grande aliada para as escolas que buscam se adequar às novas diretrizes educacionais.
Muito tem sido falado sobre as competências da BNCC e as mudanças que elas trazem para a educação brasileira. Muitas escolas já começaram ou estão em processo de adaptação para atender às exigências da Base Nacional Comum Curricular. Mas afinal, o que são essas competências? Quais são as competências gerais da BNCC? E, principalmente, como a educação maker se relaciona com elas e pode contribuir para a prática escolar?
O que é a BNCC e qual a mudança para a educação brasileira?
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento normativo que estabelece normas e diretrizes para a educação básica no Brasil. Ela define um conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas da Educação Básica, garantindo seus direitos de aprendizagem conforme o Plano Nacional de Educação.
A BNCC traz uma mudança significativa, pois exige que as escolas promovam uma formação humana integral, ou seja, uma educação que vai além do conteúdo tradicional e se preocupa com o desenvolvimento completo do estudante, incluindo aspectos sociais, emocionais, culturais e físicos.
Essa mudança reflete a necessidade de construir uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. O papel da escola passa a ser, portanto, o de assegurar não apenas o ensino do currículo, mas também o desenvolvimento das competências que prepararão o aluno para a vida.
Educação Integral não é o mesmo que Educação em Período Integral
Um ponto importante é diferenciar Educação Integral de Educação em Período Integral. A primeira diz respeito à qualidade da formação e ao desenvolvimento pleno do estudante, tornando-o autônomo e capaz de construir seu projeto de vida. Já a Educação em Período Integral está relacionada à carga horária mais extensa.
A Constituição Federal de 1988 reconhece a educação como direito fundamental, compartilhado entre Estado, família e sociedade (Artigo 205). O objetivo é garantir que crianças e jovens tenham uma formação que os prepare para o exercício da cidadania, para o trabalho e para a vida em sociedade.
Partindo da informação acima, fica uma reflexão: prepara-se cidadãos qualificados, éticos, e humanos apenas com conteúdos?
Com algumas pesquisas vemos que há muito além, sendo assim, é fundamental que as escolas contemplem a multidimensionalidade dos sujeitos, garantindo não só o desenvolvimento intelectual, mas também o social, emocional, físico e cultural.
Para essa formação do indivíduo, foram definidas as competências da BNCC, sendo ao total dez competências gerais que devem ser asseguradas aos estudantes, e que se unem para compor os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Mas o que são as Competências da BNCC?
No capítulo introdutório da Base, competência é definida como
a mobilização de conhecimento (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. (página 6, parágrafo 4)
Com esta definição, a Base reconhece que a educação deve estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a socialmente justa, humana e voltada para a preservação da natureza, se alinhando à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
As competências da BNCC se desdobram ao longo das três etapas da Educação Básica, se articulando na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores.
Sendo assim, não basta que o estudante tenha determinado conhecimento, mas saiba articulá-lo e colocá-lo em prática, bem como saber enfrentar situações adversas, buscando soluções criativas e construtivas, além de outros exemplos.
Para consultar as competências gerais da BNCC, o site “Porvir” fez um infográfico explicativo de cada uma das dez competências gerais, das quais cito abaixo o título dado pelo Porvir e sua síntese. A versão completa com o infográfico pode ser acessada aqui.
1 – Conhecimento: Valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e digital.
2 – Pensamento científico, crítico e criativo: Exercitar a curiosidade intelectual e utilizar as ciências com criticidade e criatividade.
3 – Repertório cultural: Valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais.
4 – Comunicação: Utilizar diferentes linguagens.
5 – Cultura digital: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de forma crítica, significativa e ética.
6 – Trabalho e projeto de vida: Valorizar e apropriar-se de conhecimentos e experiências.
7 – Argumentação: Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis.
8 – Autoconhecimento e autocuidado: Conhecer-se, compreender-se na diversidade humana e apreciar-se.
9 – Empatia e cooperação: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação.
10 – Responsabilidade e cidadania: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação.
Em resumo, a Base não propõe um currículo, mas competências e diretrizes comuns, dando abertura para a diversidade de currículos. Esta diversidade se dá, principalmente, pela grande diversidade dentro do território brasileiro, em que cada região poderá trazer elementos regionais incorporados ao currículo, e que estejam próximos à realidade regional dos estudantes. Principalmente se tratando das questões culturais.
Como a Educação Maker se relaciona às competências?
A Educação Maker vem se estabelecendo cada vez mais como uma proposta bem fundada, além de inovadora. Isso tendo em vista que ela tem dialogado com o Construtivismo e, ao longo do crescimento do Movimento Maker, do Construcionismo, que mantêm elementos comuns, como: foco na construção de conhecimento multidisciplinar, partindo da interação do aprendiz com o meio, e seguindo demandas cognitivas próprias para a construção do conhecimento. (Movimento Maker no Brasil)
Baseada nos valores do Movimento Maker, a Educação Maker incentiva e ajuda a sedimentar atitudes fundamentais para o desenvolvimento integral dos indivíduos, além das habilidades socioemocionais e cognitivas, como a empatia, a confiança, e a responsabilidade. Sendo assim, ela traz, por meio das atividades práticas, a vivência dos estudantes para sedimentar essas atitudes e habilidades.
Há também o desenvolvimento das relações interpessoais e da relação do indivíduo consigo mesmo. No ambiente em que ocorrem as propostas de atividade Maker, o estudante está ativo e se torna o protagonista do seu próprio aprendizado, desenvolvendo cada vez mais essa responsabilidade pelo todo: por si, pelos seus colegas, pelos ambiente escolar e seu patrimônio, e pelos seus projetos.
Como a Little Maker contribui com o desenvolvimento das Competências da BNCC?
O Programa Little Maker integra a educação maker ao currículo escolar de forma estruturada, promovendo o desenvolvimento das competências da BNCC por meio de projetos autorais. Através desse panorama sobre a Base e as competências da BNCC, entendemos que ao levarmos o Maker para o ambiente escolar, incentivamos os estudantes a serem ativos e a trazerem seus interesses ao idealizar e planejar projetos. Deste modo, se dedicam mais ao objeto de estudo, devido ao vínculo emocional afetivo estabelecido.
Tudo que foi vivenciado e desenvolvido pelos estudantes é resgatado e conectado aos objetos de conhecimento, sensibilizando os estudantes ao conectá-los aos projetos autorais, dos quais eles trouxeram seus interesses, se desafiaram e lidaram com diversas emoções ao longo do processo, tornando a aprendizagem significativa.
Os estudantes possuem alguns conhecimentos, mas com a demanda de alguns elementos do seu projeto autoral, é necessário buscar novos conhecimentos, colocando-os em prática para a execução do projeto, buscando soluções criativas ao longo do processo, principalmente para lidar com as situações adversas com que se deparam.
Deste modo, o indivíduo se vê capaz de realizar transformações, de lidar com adversidades, de encontrar soluções, e passa a se sentir empoderado.
Com o tempo, este empoderamento se internaliza, transbordando para diferentes âmbitos da vida do indivíduo, entre eles o ambiente escolar, no qual o estudante passa boa parte do seu dia aprendendo e se desenvolvendo.
Este empoderamento e a responsabilidade possibilitam ações que levam às transformações sociais e culturais, por meio do ambiente de exploração, construção e descoberta que guiam os estudantes ao aprendizado através de uma prática responsável do conhecimento adquirido, bem como o gosto pelo compartilhamento dos conhecimentos e das habilidades adquiridas.
Se você quer entender melhor como o Programa da Little Maker pode ajudar sua escola a implementar a educação maker e desenvolver as competências da BNCC acesse nosso site. Entenda melhor como o nosso programa se integra ao currículo vigente das escolas, transformando o aprender em algo significativo para o aluno e colocando-o no centro do seu processo de aprendizagem.
Referências Bibliográficas:
FREITAS, Jessica A.P.; MACIEL, A. C. de M.. Cultura Maker na escola: aspectos gerais e sua relação com a Taxonomia de Bloom.
PACHECO, José. Inovar é assumir um compromisso ético com a educação.
A gente compartilha, você se inspira!
Receba conteúdos exclusivos, ideias criativas e inspirações direto no seu e-mail.