Projeto Autoral Little Maker

Como surgiu a Educação Maker no Brasil?

Vivenciamos o crescente ingresso da Educação Maker nas escolas brasileiras, especialmente motivado pelas novas demandas de um mundo repleto de informações e constantes mudanças tecnológicas, somado à busca por metodologias ativas de aprendizagem. 

O surgimento da Educação Maker no Brasil está relacionado à Cultura e ao Movimento Maker. Porém, para que possamos acompanhar a evolução da Educação Maker aqui, é necessário entender os usos e origens desses três termos e as relações que estabelecem entre si: Movimento, Cultura e Educação Maker.

O MOVIMENTO MAKER

O movimento maker é baseado nos movimentos Do It Yourself (faça você mesmo) e Do It Together (façamos juntos), que incentivam as pessoas a fazerem pequenos reparos e construções domésticas com as próprias mãos, sozinhas ou em conjunto. Essas práticas promovem laços entre os indivíduos e reforçam a ideia de comunidade.

Assim, o Movimento Maker tornou-se tendência, impulsionado pelo acesso a novas tecnologias, também disponíveis a um público mais amplo. Na medida em que crescia, ele contribuía para o início da Cultura Maker.

A CULTURA MAKER

O principal marco é o The Maker Movement Manifesto, o Manifesto do Movimento Maker, de Mark Hatch (2013). O subtítulo, “Rules for Innovation in the New World of Crafters, Hackers, and Tinkerers” elenca valores fundamentais para a cultura Maker:

  • O termo craft tradicionalmente refere-se à ideia de criar ou fazer algo; também carrega a conotação de possuir uma habilidade ou um conhecimento específico;
  • Enquanto a palavra tinkers é derivada do termo tin (estanho), sendo historicamente utilizada para referir-se ao profissional que conserta, monta e desmonta objetos feitos de ligas metálicas, fazendo reparos e melhorias;
  • Além disso, a palavra hacker, indica aqueles que têm habilidades nas áreas de tecnologia e as usam para quebrar códigos e romper sistemas, inclusive para o bem!

A partir de então, tem início o que é a Cultura Maker: um conjunto de comportamentos, conhecimentos, valores, crenças e costumes que têm como base a ideia de que pessoas podem se envolver em projetos que as façam se sentir capazes de construir coisas novas, gerando seu empoderamento. 

Também dá espaço para o “aprender fazendo” e ao trabalho em equipe, pois ao compartilharem experiências umas com as outras, as pessoas constroem redes e apoiam-se mutuamente ao longo do processo.

A EDUCAÇÃO MAKER

Com o passar dos anos o Maker se aproxima da educação, gerando diferentes interpretações e adaptações de dinâmica. Assim, ganham destaque duas formas distintas de pensar a educação maker, uma com enfoque nas competências e habilidades desenvolvidas na criação e construção de projetos; e outra resumindo o maker às ferramentas e tecnologias de sua oficina.  

Este texto apresenta a Educação Maker cuja vertente é o desenvolvimento das competências e habilidades, por enxergar o grande potencial que essa abordagem traz ao ser conectada com grandes teorias da educação e com as demandas do século XXI. 

No contexto educacional, o Movimento Maker pode dialogar com as teorias construtivistas que partem de Jean Piaget, visto que compartilham o foco na construção de conhecimento multidisciplinar, partindo da interação e participação ativa do aprendiz com o meio, e seguindo as demandas cognitivas próprias relacionadas à fase de desenvolvimento pessoal na qual ele se encontra.

Uma corrente teórica que estabelece ainda mais relações entre Movimento e Educação Maker é o Construcionismo, elaborado por Seymour Papert, que também se preocupa com a questão do meio pelo qual a aprendizagem se dá. Um notório conceito apresentado por Papert ao longo de sua obra é o de Micromundo.

O Micromundo é um espaço de exploração que serve como ponto de partida para as criações das crianças. Pode ser elaborado de várias formas a partir de vertentes diferentes, sejam elas ferramentas ou contextos lúdicos ou reais, com articulação entre seus elementos de acordo com os interesses do aprendiz.

As teorias educacionais de Piaget e Papert tiveram papel essencial para que aplicar a Cultura Maker na educação pudesse ser entendido como uma possibilidade do processo de ensino aprendizagem

Assim, a Educação Maker apresentou-se como uma alternativa extremamente promissora quando comparada tanto com modelos tradicionais, quanto como proposta completamente inovadora.

Dessa forma, a Educação Maker:

  • incentiva atitudes importantes para a formação integral do indivíduo;
  • desenvolve habilidades socioemocionais e cognitivas que otimizam as relações interpessoais;
  • melhora a relação do estudante consigo mesmo; e
  • democratiza as formas de aprendizado.

Conheça algumas referências que serviram de base e/ou inspiração para construirmos, na Little Maker, uma metodologia rica e bem fundamentada, focada na educação integral e significativa para cada aprendiz.

CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO MAKER PARA AS ESCOLAS

As habilidades socioemocionais e cognitivas são reforçadas como prioridade pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular), documento no qual são apontados os princípios norteadores da educação básica brasileira. 

A Educação Maker contribui para o desenvolvimento dessas habilidades, tais como: empatia, engajamento em prol dos projetos de vida, confiança, responsabilidade, autonomia, reflexão, articulação de conhecimentos e experimentação, e criatividade.

Ao inserir o Maker no ambiente escolar, os estudantes são incentivados a colocar a mão na massa e a trazer seus interesses. Assim, dedicam-se mais ao objeto de estudo, criando responsabilidade em relação ao seu aprendizado. 

Ao se verem capazes de realizar transformações, eles desenvolvem autoconfiança. Com a prática, esse empoderamento é internalizado e transborda da escola para outros âmbitos da vida.

O Maker possibilita uma transformação social e cultural no modo como as crianças e jovens se relacionam com o cotidiano, com as práticas escolares e com as próprias tecnologias. 

A exploração, a construção e a descoberta atuam como territórios férteis para o aprendizado, que por sua vez, é atrelado ao uso responsável e democrático do conhecimento adquirido, contribuindo com a escola na formação integral do indivíduo.

Também por entender o próprio vínculo existente entre si e seu objeto de estudo, o estudante demonstra mais empatia, apoiando e ajudando de forma construtiva os demais.

O desenvolvimento dessas habilidades é estimulado, desde a educação infantil ao ensino médio, de forma constante e por meio de práticas e metodologia ativa, que reforçam sempre as atitudes e valores trabalhados na Educação Maker.

Entenda como o Programa da Little Maker e o Espaço Maker podem se integrar ao currículo de sua escola, possibilitando a aproximação entre matérias, cotidiano e as experiências de cada aprendiz, transformando o aprender em algo significativo e colocando o conhecimento em movimento!

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