Maker Criativo
Sobre o Programa
Este programa foi desenvolvido para o Ensino Fundamental I (1° ao 5° ano), alinhado com a BNCC e levando em consideração os Componentes Curriculares, Unidades Temáticas, Objetos de Conhecimento e Habilidades previstas para cada ano escolar.
Tanto na ideação através das perguntas provocação, quanto nas proposições de reflexão, mapeamos os componentes curriculares das seguintes áreas: Geografia, Ciências, Ed. Física, Arte, Matemática, História e Crenças e Filosofias. Já o componente de Língua Portuguesa aparece de modo tão intrínseco ao ciclo de projetos que não há um mapeamento direto, pois a sensibilização ocorre na diversidade de registros do plano de projeto e do diário. Ela ocorre na contação de história e continuidade desta, na interpretação do micromundo, na argumentação de ideias e pontos de vista entre os colegas, na comunicação e documentação de acontecimentos relacionados aos projetos e na apresentação do que se construiu, entre outros momentos que movimentam o componente de Língua Portuguesa de modo ativo na oficina. Do mesmo modo, temos a versão em inglês do nosso Programa Maker Criativo, que permite uma sensibilização atrelada à própria prática do projeto.
Embasado em nossos princípios de conexão emocional, autonomia no aprendizado e experimentação, este programa foi desenhado para funcionar em ciclos de projetos de 3 aulas, tendo cada aula a duração de 90 minutos e ocorrendo uma vez na semana. Ao longo de muitas vivências e experiências, verificamos que o tempo mínimo de aula deve ser de 75 minutos, sendo durações inferiores muito prejudicial ao processo porque reduzem a complexidade dos projetos, as reflexões aprofundadas e o engajamento. Isto ocorre tanto pelas questões práticas de tempo útil devido ao tempo de organização do espaço e materiais para início e finalização do uso, quanto pelo tempo de conexão e reconexão com o projeto, sendo que nos menores está mais ligado à euforia da mudança de ambiente e de regras, e nos maiores, ao sentimento de segurança para exposição frente ao grupo. Em relação à duração do projeto, este não deve passar de 3 semanas para ser concluído, pois há uma significativa perda de engajamento em períodos mais longos.
Uma abordagem possível frente ao problema de carga horária do período curricular das escolas é reduzir a carga horária total anual, diminuindo o total de micromundos aplicados por ano, alternando as turmas que frequentam a oficina por ciclos de projeto, ou seja, cada turma frequenta 3 semanas seguidas e ficam 3 semanas sem oficina, e assim sucessivamente, ajustando-se aos feriados naturalmente. Respeita-se, desta forma, o período mínimo de 75 minutos por aula e ciclo de projeto de 3 aulas.
As aulas são aplicadas por professores treinados pela Little Maker para abordar o processo e fazer as observações e estímulos para o melhor desenvolvimento do aluno. No momento da aula em oficina, recomendamos que o professor de sala de aula atue como monitor na oficina, observando as oportunidades para desdobramentos das criações significativas para a sala de aula.
Outro ponto importante das especificidades do Maker Criativo é o processo de contação de história, trabalhado para além da apresentação do ambiente. Contribui diretamente na construção e movimento de memórias, ou seja, é o momento onde as crianças entrarão em contato com suas lembranças (algo individual), tornando-as memórias (algo coletivo), movimentando as relações de troca de experiência. Assim, o processo de contação em nossa metodologia é uma atividade narrativa, que usa a história como meio para se trabalhar algo, mas é também uma narração artística na qual ela é a finalidade, e o narrador é aquele que produz memória.
O compartilhamento de experiências é também o ato de contar histórias, e o professor, que figura o papel do narrador, usa a voz para alimentar o imaginário. A história do micromundo é resgatada ao longo do processo, pois faz parte da memorização viva. É natural que as crianças adentrem nas histórias e queiram opinar, questionar e transformar, e é essencial dar este espaço, pois as crianças também narram.
Destaca-se, também, a demarcação de um momento para a reflexão. Isso não quer dizer que durante as aulas não há a reflexão sobre o que se aprendeu, mas, para essa idade, criou-se um momento específico após a finalização do projeto para que os alunos desenvolvam a consciência e entendam e se conectem com os aprendizados presentes em todo o processo das oficinas. Isso dá visibilidade às soluções encontradas e desenvolvidas por eles, identificando as diferenças entre o que foi idealizado, o que foi planejado e o que foi construído, além de instigar, através dos itens de reflexão, a curiosidade sobre o funcionamento do mundo, ao mesmo tempo em que aproxima os conteúdos de sala de aula para se conectarem à própria construção dos alunos.
Integrados ao processo, o curso é estruturado em cima de 4 pilares principais: a Criatividade, Planejamento, Persistência e Descoberta, visando ao desenvolvimento e exercício constante de cada um destes elementos durante o curso.
Identificamos nesta faixa etária a potência de criatividade das crianças, utilizando dos ambientes lúdicos vinculados ao micromundo e à contação de história para o envolvimento e abertura de ideias. Assim, é respeitado e dado espaço para que as crianças passem pelo processo de compartilhamento de novas ideias, estimulando trocas, encorajando-os a usar sua criatividade para testar suas teorias e vislumbrar novas possibilidades de projetos e soluções, fomentando a curiosidade e sensibilizando o olhar para a potência que um material não estruturado e uma ferramenta podem ter, transformando-os no que se deseja.
Já em relação ao planejamento, as crianças passam a entender a importância deste hábito para a consolidação das ideias, entendendo que é necessária uma organização prévia para formular um plano de ação, se expressar e se fazer compreender pelos demais colegas, antecipando possíveis problemas, dividindo as tarefas e pensando de modo mais preparado e estruturado a construção do projeto.
Trazemos a persistência como um pilar importante no processo de desenvolvimento dessa faixa etária, pois está atrelada diretamente à autorregulação da frustração, lidando com ela enquanto elemento natural no processo de criação. Portanto, estimula o aluno a não desistir de seus objetivos mesmo quando as coisas não dão certo e/ou a buscar novas soluções para um eventual problema que tenha surgido. Enquanto um dos grandes exercícios diários que visamos estimular, faz o aluno acreditar em suas paixões e seguir firme em seus propósitos.
Por fim, a descoberta aparece enquanto um comportamento ligado ao aprendizado, à consciência, dimensão e consolidação da conquista gerando empoderamento, o sentir-se capaz de realizar e alcançar seus sonhos e objetivos. Assim, através da experimentação, das tentativas e erros é possível descobrir novos problemas, soluções, ideias, paixões e conexões entre o que se faz na oficina e as relações disso com a escola e cotidiano da criança, estimulando o aluno na busca por se descobrir, descobrir o outro e todo o mundo que o cerca.
Saiba Mais:
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