Maker Explorador
Sobre o Programa
Este programa foi desenvolvido para a Educação Infantil direcionada a crianças a partir de 3 anos e 8 meses, alinhado com a BNCC, levando em consideração os Direitos e Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento na Educação Infantil e os Campos de Experiências previstas para esta etapa escolar.
Trazemos nossa metodologia como forma integradora entre os campos de experiência, sendo eles: “o eu, o outro e o nós” ; “corpo, gestos e movimentos”; “traços, sons, cores e formas”; “escuta, fala, pensamento e imaginação”; “espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”. Deste modo, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento aparecem de forma tão intrínseca ao ciclo de projetos que não há um mapeamento direto, pois a sensibilização ocorre na contação de história e na continuidade desta, na exploração do ambiente e na materialização de seus aspectos, na interpretação do micromundo, na argumentação de ideias e pontos de vista entre os colegas, na valorização de saberes individuais compondo um saber coletivo, na experimentação de materiais, técnicas e teorias, e no desdobramento dos conhecimentos para além das salas de aula.
Embasado em nossos princípios de conexão emocional, autonomia no aprendizado e experimentação, este programa foi desenhado para funcionar em ciclos de projetos de 16 aulas, tendo cada aula a duração de 50 minutos e ocorrendo duas vezes na semana. Ao longo de muitas vivências e experiências, verificamos que o tempo mínimo de aula deve ser de 45 minutos, sendo durações inferiores muito prejudiciais ao processo porque reduzem a complexidade dos projetos, as reflexões aprofundadas e o engajamento. Isto ocorre tanto pelas questões práticas de tempo útil devido ao tempo de organização do espaço e materiais para início e finalização do uso, quanto pelo tempo de conexão e reconexão com o projeto, sendo que nos menores está mais ligado à euforia da mudança de ambiente e de regras. Em relação à duração do projeto, este não deve passar de 8 semanas para ser concluído, pois há uma significativa perda de engajamento em períodos mais longos.
As aulas são aplicadas pelos professores de sala, treinados pela Little Maker, para abordar o processo e fazer as observações e estímulos para o melhor desenvolvimento do aluno. No momento da aula, recomendamos que o professor auxiliar atue como monitor na oficina apoiando e observando, junto ao professor, as oportunidades para desdobramentos das criações significativas para a sala de aula.
Assim, uma das especificidades do Maker Explorador se dá na inserção do aluno no micromundo de modo gradual, sendo cada etapa desenvolvida para estimular a exploração do ambiente através de uma perspectiva, dando espaço para que o projeto nasça deste processo. Portanto, os micromundos são introduzidos por meio de uma contação de história que dá espaço as narrativas imaginadas, continuadas e/ou materializadas pelas crianças, fazendo com que elas partam de suas bagagens para pensar e habitar esse lugar. Deste modo, a cada aula, é realizada uma construção referente ao enfoque do micromundo, integrando, ao fim dos ciclos de projetos, todas as explorações, descobertas e projetos resultantes do ambiente adentrado.
Outro ponto importante, é o ato de revisitar o micromundo. Neste processo, temos um micromundo abordado sob duas perspectivas, sendo a primeira para a construção individual da narrativa e da materialização de aspectos provocados, e o segundo momento voltado para a abertura da bagagem adquirida neste lugar, contrastando pontos de vista, trocando experiências em prol de uma ampliação de conhecimentos e transformações no modo de enxergar o espaço em que estão imersos, criando novos elementos a partir dessa ampliação do campo de experiência da criança. Assim, ao revisar o micromundo, a criança parte de um processo mais coletivo, entendendo a pluralidade de ideias que podem partir de um mesmo lugar.
Para ajudar a revisitar este ambiente, há a ideia de um amigo/convidado ao qual a criança é responsável por apresentar sua interpretação do micromundo e pensar as construções levando a nova pessoa em consideração, há a autonomia no aprendizado buscando identificar pontos de interesse que gostariam de saber mais sobre, desdobrando isso, no levantamento de hipóteses e na busca por suas comprovações, aproximando a família e o cotidiano da criança dos projetos e conhecimentos desenvolvidos na oficina.
Destaca-se também a utilização metafórica da caixa enquanto bagagem de experiências adquiridas pelas crianças no micromundo. Sendo assim, cada aluno possui uma caixa que pode ser facilmente planificada, servindo tanto como suporte para a criação dos projetos, quanto um lugar para armazenar materialidades e vestígios do ambiente e/ou projetos que para ele seja importante. Essa caixa acompanha as crianças no processo de suas criações, ajudando a estabelecer pontes entre o individual e o coletivo e entre o interno e o externo.
Entendemos, também, que para esse curso a presença do professor da turma atuando como o professor da oficina é fundamental para que a criança mantenha a referência de adulto e se sinta segura no processo de criação. Sendo assim, valorizamos o vínculo estabelecido entre professor e aluno, trazendo a metodologia como dispositivo de ampliação destas relações.
Integrados ao processo, o curso é estruturado em cima de 4 pilares principais: a Exploração, Autonomia, Materialização e Compreensão, visando o desenvolvimento e exercício constante de cada um destes elementos durante o curso.
Identificamos nas crianças, desta faixa etária, a exploração como potência de descoberta de si, do outro, do entorno e do próprio micromundo. Portanto, é através do ato de explorar, investigar e testar que o aluno vai descobrindo o mundo no qual está imerso, entendendo a oficina e o aprendizado como campo de experiência no qual o erro é tido como parte do processo. Assim, o curso traz as ferramentas, materiais, conhecimentos e tecnologias como possibilidade de exploração do processo criativo, estimulando o contato e o aprendizado a partir do fazer.
Já a autonomia, torna-se um exercício constantemente estimulado na oficina, no qual a criança vai ganhando confiança para realizar suas ações, descobrindo no processo que são capazes de concretizar suas ideias. Assim, a autonomia vai muito além de construir o projeto, ela aparece desde sua concepção, no momento em que ela identifica aspectos do ambiente e consegue trazer o que gosta como objeto de estudo, na continuação da narrativa do micromundo, na consciência e escolha do que deve ser guardado e compartilhado e como isso será feito, na própria exploração e/ou materialização do projeto e até mesmo nas possibilidades do fazer individual ou coletivo.
A materialização aparece como um pilar importante para o Maker Explorador, ajudando as crianças a darem forma para suas narrativas, através da criação dos elementos do projeto. Sabendo disso, ao trazermos o micromundo de forma gradual, abrimos um espaço maior para a exploração dos materiais, ferramentas e tecnologias e estimulamos para que a criança consiga ir materializando pequenos aspectos daquele ambiente. Com isso, a materialização se dá a cada aula de uma perspectiva diferente do lugar, chegando ao fim do micromundo com pequenas materializações que compõem o projeto como um todo.
Por fim, a compreensão aparece enquanto um aprendizado ligado à empatia, à consciência de que os olhares apesar de partirem de uma proposta comum permitem caminhos plurais, entendendo os fluxos do individual e coletivo, do explorar e aprender, de si e do outro, da utilização dos micromundos como ponte para trazer seu cotidiano e compreender o mundo.
Saiba Mais:
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