Educação Bilíngue e Metodologia Maker: Saiba como integrá-las

Educação Bilíngue e Metodologia Maker: Saiba como integrá-las

Há muito se fala no aprendizado de um segundo idioma no Brasil. Mas não faz tanto tempo assim que a Educação Bilíngue tem se destacado como uma forma muito eficaz de aprendizado, principalmente em função dos benefícios que vão além da aquisição de uma segunda língua.

Dentre os principais cenários, temos um mercado de trabalho que não vê mais a segunda língua como um diferencial. A aquisição de uma segunda língua passou a um lugar comum, sendo até o mínimo exigido para boa parte das vagas de profissionais do mercado. 

Outro caso é o aumento da oferta e da valorização das propostas bilíngues nas escolas. Mostrando como as crianças aprendem mais facilmente um segundo idioma sendo expostas desde cedo a ele. 

Em consequência, o domínio de um idioma estrangeiro, bem como os benefícios trazidos por ele ao indivíduo, trouxe um crescimento na busca dos pais por uma Educação Bilíngue de qualidade. Deste modo, as escolas têm buscado novas propostas, principalmente as que trouxessem novas experiências para os estudantes, como o caso de Metodologias Maker.

O que é educação bilíngue?

A Educação Bilíngue não possui uma definição concreta, e divide a opinião dos mais diversos linguistas e especialistas no assunto. Mas pode-se dizer que se dá pelo uso da língua materna e oficial do país, e de um idioma estrangeiro, em que o idioma  estrangeiro é integrado às outras matérias (como artes, matemática, história, etc) desenvolvendo-nas. Portanto, não se trata do ensino direto de um novo idioma, como se é estabelecido em um curso de idiomas, mas enquanto instrumento de desenvolvimento de conhecimentos diversos.

Cabe aqui também diferenciar o caso de escolas internacionais nas quais a proposta de uma educação bilíngue é diferente. O ponto principal, neste caso, é que as escolas internacionais utilizam um currículo estrangeiro, ou um currículo duplo (estrangeiro e nacional), além de estabelecer a língua estrangeira como oficial. Esse currículo traz conteúdos específicos do país em questão, como a sua história, geografia, além de disciplinas específicas, como por exemplo psicologia e planejamento de carreira, seguindo padrões e rotinas bem próximas às de instituições do exterior.

Nas propostas bilíngues o currículo seguido é o mesmo das demais escolas nacionais, seguindo as diretrizes do Ministério da Educação e utilizando uma língua estrangeira para as instruções e para os materiais pedagógicos, mas sem deixar de lado, ou restringir, o uso da língua materna aos estudantes. A predominância da segunda língua varia de acordo com a proposta bilíngue.

Para além do idioma, o bilinguismo, assim como as escolas internacionais, também traz a cultura de um país estrangeiro para o cotidiano da escola, onde os alunos passam a ter contato e absorver o idioma e a cultura de outro país em um ambiente imersivo. 

Quais os benefícios de uma Educação Bilíngue?

Estar envolvido em um ambiente de aprendizagem bilíngue desde cedo tem se mostrado muito eficaz em vários aspectos. Com o aluno aprendendo ativamente, em pares e sendo exposto a um ambiente favorável à aquisição de uma língua, o impacto de uma Educação Bilíngue se torna multidimensional, ou seja, permite abranger múltiplos aspectos da formação do indivíduo. 

Ao promover essas experiências, não se trata de dominar uma segunda língua, mas sim de aprender a pensar em dois idiomas de forma natural. Ao promover essas experiências de aprendizagem, a resposta dos estudantes acaba sendo muito mais ampla, propiciando o desenvolvimento de habilidades linguísticas, estimulando a criatividade e as funções cognitivas.

Qual o diferencial do Maker em conjunto com a Educação Bilíngue?

A Educação Maker contribui para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais e cognitivas, como a empatia, a confiança, a responsabilidade, a autonomia, a reflexão, a articulação de conhecimentos, a experimentação e a criatividade.

Desta forma, o Maker incentiva os estudantes a serem ativos e a trazerem seus interesses. Assim, dedicam-se mais ao objeto de estudo, criando responsabilidade em relação ao seu aprendizado e ao se verem empoderados, eles desenvolvem autoconfiança. 

Tanto esta autoconfiança como a responsabilidade, a dedicação e a articulação de conhecimentos se somam dentro das propostas de Educação Bilíngue, potencializando o processo de aquisição da segunda língua.

Como a Little Maker trabalha integrada com a Educação Bilíngue?

Dentro da nossa metodologia,  trazemos vários elementos que levam os estudantes a uma imersão na segunda língua. Como disponibilizamos nossos programas em inglês, os professores têm acesso ao seu conteúdo, se preparando para como trabalhar durante as aulas levando uma aprendizagem significativa para os estudantes. O significativo vêm dos projetos autorais com o vínculo emocional afetivo dos estudantes com o projeto desenvolvido, partindo sempre do interesse dele. Isto se torna um facilitador para o processo de aprendizagem, além dos elementos presentes nas estruturas dos Programas da Little Maker.  

Dentre os elementos, destacamos abaixo três deles e como contribuem para potencializar a proposta de educação bilíngue das escolas.

Os Micromundos, que são a base dos nossos programas, desenvolvidos e pensados para cada faixa etária. Eles apresentam e envolvem os estudantes no local que será explorado e problematizado. A apresentação desse ambiente é feita toda em inglês, permitindo o exercício da escuta e interpretação, além de envolver os estudantes estimulando sua participação com ideias do seu repertório de ideias e, consequentemente, havendo uma troca entre eles com novos vocábulos.

Aprender fazendo

Ao longo desses Micromundos, os estudantes vivenciam o trabalho em equipe, além de momentos de compartilhamento do projeto com toda a turma. Desta maneira vivenciam a troca de ideias, técnicas, ferramentas e materiais, se expressando e articulando na segunda língua, ampliando o vocabulário, além de exercitar o ouvir, o falar e interagir na segunda língua, dentro de um momento rico.

O uso dos Materiais de Apoio ao longo dos projetos ajuda no desenvolvimento da escrita e da leitura, em que os alunos planejam, criam anotações e registros em inglês durante todo o processo de criação. Além do uso de Cards, fichas e sinalizações pelo espaço, ambientando os alunos no espaço já com a segunda língua.

Ajudando a  viabilizar todas essas experiências há o uso da Plataforma Significa, em que os estudantes registram todo o processo de desenvolvimento do projeto. A Plataforma está totalmente traduzida para o inglês, e os alunos se orientam por ela para registrar o processo por meio de fotos, gravações de voz e vídeos. 

Estes registros geram um portfólio digital das equipes, onde os professores, gestores e pais poderão acessar para acompanhar o desenvolvimento do estudante tanto na língua materna quanto na segunda língua, além dos indicadores gerados com base nas 10 competências gerais da BNCC e nas áreas de conhecimentos desenvolvidas.

Referências Bibliográficas

Como surgiu a Educação Maker no Brasil?

https://noticias.universia.com.br/educacao/noticia/2019/06/06/1164944/educacao-bilingue-brasil.html

JUCÁ, Ricardo W.. O ensino de inglês no ensino secundário brasileiro 1930-1945: novas metodologias. ANAIS do IX seminário Pedagogia em Debate, v. 01, p. 01-12, 2009.

MELLO, H. A. B.. Educação bilíngue: uma breve discussão. Horizontes (UnB), v. 9, p. 118-140, 2010.

MELLO, H. A. B.. A relação L1-L2 em um contexto escolar bilíngüe. Sínteses (UNICAMP. Online), Campinas – SP, v. 8, p. 231-243, 2004.

MELLO, H. A. B.. O Falar Bilíngüe. 1. ed. Goiânia: Editora UFG/CEGRAF, 1999. v. 1. 178p

OFELIA, Garcia. Bilingual Education in the 21st Century: A Global Perspective

MARK HATCH. The Maker Movement Manifesto: Rules for Innovation in the New World of Crafters, Hackers, and Tinkerers

Competências da BNCC e o Maker: Entenda a relação entre eles

Você sabia que existe uma relação entre as Competências da BNCC e o Maker?
Entenda agora a relação neste artigo.

Muito tem sido falado sobre as competências da BNCC, sobre as mudanças que ela traz para a educação de uma maneira geral, e da adaptação que as escolas fizeram, ou estão fazendo, para se adequar. Mas o que são as competências da BNCC? Quais são essas competências gerais? E outro ponto: Quais as relações do Maker com as competências? Como podemos usá-lo a favor da escola e da sua adaptação?

Para começarmos precisamos entender alguns pontos iniciais e básicos, como:

O que é a BNCC e qual a mudança para a educação brasileira?

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo, ou seja, que tem o intuito de estabelecer normas e diretrizes. A Base define um conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas da Educação Básica, tendo assegurado seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento de acordo com o Plano Nacional de Educação.

O documento traz uma grande mudança, em que as escolas devem assegurar aos estudantes uma formação humana integral (Educação Integral). Visando a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva (como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica).

Isso acarreta numa mudança no papel da escola, em que ela deixa de se preocupar só com o currículo e os conteúdos, mas passa também a se preocupar em assegurar o desenvolvimento de competências ao longo da jornada dos estudantes pela Educação Básica. 

Educação Integral não é o mesmo que Educação em Período Integral

É normal que haja essa confusão em um primeiro momento, mas são conceitos completamente diferentes. Ao falar em Educação Integral deve-se pensar no valor qualitativo da educação, na formação plena dos estudantes. Pensar em torná-los autônomos, capazes de realizar escolhas e desenvolver o seu projeto de vida.

A Constituição Federal brasileira reconhece a educação como direito fundamental compartilhado entre Estado, família e sociedade. Sendo assim, as famílias e o Estado têm o dever de educar suas crianças, jovens e adolescentes, promovendo e incentivando-os com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (Artigo 205 da Constituição Federal de 1988).

Partindo da informação acima, fica uma reflexão: prepara-se cidadãos qualificados, éticos, e humanos apenas com conteúdos? Com algumas pesquisas vemos que há muito além, sendo assim, é fundamental que as escolas contemplem a multidimensionalidade dos sujeitos, garantindo não só o desenvolvimento intelectual, mas também o social, emocional, físico e cultural.

Para essa formação do indivíduo, foram  definidas as competências da BNCC, sendo ao total dez competências gerais que devem ser asseguradas aos estudantes, e que se unem para compor os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.

Mas o que são as Competências da BNCC?

No capítulo introdutório da Base, competência é definida como

a mobilização de conhecimento (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. (página 6, parágrafo 4)

Com esta definição, a Base reconhece que a educação deve estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a socialmente justa, humana e voltada para a preservação da natureza, se alinhando à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). 

As competências da BNCC se desdobram ao longo das três etapas da Educação Básica, se articulando na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores. Sendo assim, não basta que o estudante tenha determinado conhecimento, mas saiba articulá-lo e colocá-lo em prática, bem como saber enfrentar situações adversas, buscando soluções criativas e construtivas, além de outros exemplos.

Para consultar as competências gerais da BNCC, o site “Porvir” fez um infográfico explicativo de cada uma das dez competências gerais, das quais cito abaixo o título dado pelo Porvir e sua síntese. A versão completa com o infográfico pode ser acessada aqui

1 – Conhecimento: Valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e digital. 

2 – Pensamento científico, crítico e criativo: Exercitar a curiosidade intelectual e utilizar as ciências com criticidade e criatividade.

3 – Repertório cultural: Valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais.

4 – Comunicação: Utilizar diferentes linguagens.

5 – Cultura digital: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de forma crítica, significativa e ética.

6 – Trabalho e projeto de vida: Valorizar e apropriar-se de conhecimentos e experiências.

7 – Argumentação: Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis.

8 – Autoconhecimento e autocuidado: Conhecer-se, compreender-se na diversidade humana e apreciar-se.

9 – Empatia e cooperação: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação.

10 – Responsabilidade e cidadania: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação.  

Em resumo, a Base não propõe um currículo, mas competências e diretrizes comuns, dando abertura para a diversidade de currículos. Esta diversidade se dá, principalmente, pela grande diversidade dentro do território brasileiro, em que cada região poderá trazer elementos regionais incorporados ao currículo, e que estejam próximos à realidade regional dos estudantes. Principalmente se tratando das questões culturais.

Como a Educação Maker se relaciona às competências?

A Educação Maker vem se estabelecendo cada vez mais como uma proposta bem fundada, além de inovadora. Isso tendo em vista que ela tem dialogado com o Construtivismo e, ao longo do crescimento do Movimento Maker, do Construcionismo, que mantêm elementos comuns, como: foco na construção de conhecimento multidisciplinar, partindo da interação do aprendiz com o meio, e seguindo demandas cognitivas próprias para a construção do conhecimento. (Movimento Maker no Brasil)

Baseada nos valores do Movimento Maker, a Educação Maker incentiva e ajuda a sedimentar atitudes fundamentais para o desenvolvimento integral dos indivíduos, além das habilidades socioemocionais e cognitivas, como a empatia, a confiança, e a responsabilidade. Sendo assim, ela traz, por meio das atividades práticas, a vivência dos estudantes para sedimentar essas atitudes e habilidades.

Há também o desenvolvimento das relações interpessoais e da relação do indivíduo consigo mesmo. No ambiente em que ocorrem as propostas de atividade Maker, o estudante está ativo e se torna o protagonista do seu próprio aprendizado, desenvolvendo cada vez mais essa responsabilidade pelo todo: por si, pelos seus colegas, pelos ambiente escolar e seu patrimônio, e pelos seus projetos.

Como a Little Maker contribui com o desenvolvimento das Competências da BNCC?

Através desse panorama sobre a Base e as competências da BNCC, entendemos que ao levarmos o Maker para o ambiente escolar, incentivamos os estudantes  a serem ativos e a trazerem seus interesses ao idealizar e planejar projetos. Deste modo, se dedicam mais ao objeto de estudo, devido ao vínculo emocional afetivo estabelecido.

Ao longo de todo o processo, além de desenvolver as competências, o Programa da Little Maker sensibiliza, mobiliza e conecta os objetos de conhecimento. Tudo que foi vivenciado e desenvolvido pelos estudantes é resgatado e conectado aos objetos de conhecimento, sensibilizando os estudantes ao conectá-los aos projetos autorais, dos quais eles trouxeram seus interesses, se desafiaram e lidaram com diversas emoções ao longo do processo, tornando a aprendizagem significativa.

Os estudantes possuem alguns conhecimentos, mas com a demanda de alguns elementos do seu projeto autoral, é necessário buscar novos conhecimentos, colocando-os em prática para a execução do projeto, buscando soluções criativas ao longo do processo, principalmente para lidar com as situações adversas com que se deparam. 

Deste modo, o indivíduo se vê capaz de realizar transformações, de lidar com adversidades, de encontrar soluções, e passa a se sentir empoderado. Com o tempo, este empoderamento se internaliza, transbordando para diferentes âmbitos da vida do indivíduo, entre eles o ambiente escolar, no qual o estudante passa boa parte do seu dia aprendendo e se desenvolvendo.

Este empoderamento e a responsabilidade possibilitam ações que levam às transformações sociais e culturais, por meio do ambiente de exploração, construção e descoberta que guiam os estudantes ao aprendizado através de uma prática responsável do conhecimento adquirido, bem como o gosto pelo compartilhamento dos conhecimentos e das habilidades adquiridas.

Se você deseja saber mais sobre o Programa da Little Maker para as escolas, acesse aqui e entenda melhor como o nosso programa se integra ao currículo vigente das escolas, transformando o aprender e algo significativo para o aluno e colocando-o como protagonista do seu conhecimento.

 

Referências Bibliográficas:

FREITAS, Jessica A.P.; MACIEL, A. C. de M.. Cultura Maker na escola: aspectos gerais e sua relação com a Taxonomia de Bloom.

PACHECO, José. Inovar é assumir um compromisso ético com a educação.

https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/instituto-ayrton-senna-documento-ocde-traduzido.pdf?utm_source=site&utm_medium=pesquisas-estudos

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/

https://educacaointegral.org.br/conceito/?gclid=CjwKCAjw3-bzBRBhEiwAgnnLCgYsSVUIOAdSzh5HB5CJpqRiTzn_qTrqo-gyJCRw1twlIKP8mkYmQRoCOUAQAvD_BwE

https://porvir.org/entenda-10-competencias-gerais-orientam-base-nacional-comum-curricular/

https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/

https://littlemaker.com.br/como-surgiu-a-educacao-maker-no-brasil/

Empresas de tecnologia buscam por habilidades humanísticas

Estudo mostra que competências humanas são essenciais para automação do mercado

Para além do meio acadêmico, iniciativas voltadas ao ensino básico, como a Little Maker, já preparam crianças e adolescentes para desafios do século 21.

De acordo com recente pesquisa divulgada pelas instituições americanas Strada Education Network e Emsi, enquanto o número de estudantes que procuram por cursos em Liberal Arts cai, empresas de tecnologia STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática) cada vez mais buscam por profissionais com habilidades humanísticas.

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